7.9.08

Queimadas: um sério problema ambiental



As queimadas representam uma séria ameaça às áreas naturais de nosso país. Elas ocorrem com facilidade nas épocas mais secas do ano e causam graves desastres ambientais. Os grandes incêndios florestais têm início com pequenos focos que podem surgir de diversas maneiras como:
• produção de fogo nas áreas rurais para limpeza de pastos e preparo do solo para o plantio,colheita da cana-de-açúcar, onde se ateia fogo para reduzir a folhagem e facilitar o corte manual,
• balões de festas juninas, que carregam uma labareda interna e ao cairem incendeiam-se,
• queima de lixo dentro de áreas naturais ou próxima a elas,
• pontas de cigarro lançadas na vegetação marginal às estradas e rodovias,
• disputas por terras e protestos sociais, onde os manifestantes utilizam do fogo para bloquear estradas e vias de acesso,
Uma vez iniciado, o fogo se alastra pela ação dos ventos e, somado à falta de chuvas, pode permanecer por dias ou semanas, destruindo ambientes inteiros.
O fogo pode surgir também de maneira natural pela ação dos raios. Este é um fenômeno raro, ocorrendo uma ou no máximo duas vezes por década. No bioma do cerrado, o fogo serve de estímulo para que as sementes do solo germinem e as plantas adultas são adaptadas para resistir à queima. Porém, o fogo freqüente e excessivo, causado pelo descuido humano, tem colocado em sérios riscos não só os ambientes do cerrado, como também da Floresta Amazônica e da Floresta Atlântica.
Grande parte das queimadas em ambientes naturais no Brasil tem inicio nas áreas rurais, onde o fogo é utilizado para limpeza ou preparo do solo. Esta técnica, apesar das conseqüências para a natureza, ainda é bastante utilizada pelos produtores por ser aparentemente um mecanismo barato.
Áreas naturais que sofrem a ação do fogo uma vez ficam mais sujeitas a queimar novamente, pois a vegetação torna-se espaçada e a luz solar atinge o solo com maior facilidade, secando galhos e folhas que acabam servindo de combustível para o próximo incêndio. Durante a segunda queimada o fogo é sempre mais intenso: chega a ser duas vezes maior e dez vezes mais quente, podendo destruir árvores de maior porte sobreviventes à queimada anterior. Assim a floresta gradativamente perde sua resistência e vai desaparecendo.
Além de destruir a vegetação, a queimada causa a morte de muitos animais que ficam ilhados pelo fogo. O solo também é prejudicado, ele perde a camada de húmus e os microorganismos que fazem a decomposição da matéria morta são destruídos. Desta forma, os nutrientes não são renovados e a terra torna-se pobre e infértil. Sem a cobertura vegetal há, ainda, o aumento da erosão e da compactação do solo que impede a infiltração da água de chuva.
Grandes queimadas liberam muita fumaça, que faz diminuir a quantidade de luz que chega até as plantas, atrapalhando seu crescimento e diminuindo as taxas de fotossíntese. O resultado é a redução da disponibilidade de alimento, já que as plantas são os produtores da cadeia alimentar. A fumaça misturada à fuligem, também causa problemas respiratórios nas pessoas. Estudos recentes apontam que a fuligem pode atrapalhar também o processo de formação das chuvas, pois ela absorve o vapor d’água que deixa de condensar-se para formar as gotas da chuva. Veja como isso pode formar um forte círculo vicioso: quanto mais fogo, menos chuva, quanto menos chuva, mais fogo e, desta forma, mais comprometidos ficam os ecossistemas.
A queimada ainda contribui para o superaquecimento do planeta, já que emite grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), o gás responsável por este efeito global.
Veja alguns números de queimadas no Brasil:
• São detectadas anualmente mais de 300 mil queimadas em todo o país, com nuvens de fumaça que chegam a cobrir milhões de quilômetros quadrados.
• No estado do Rio de Janeiro , todo o mês são perdidas áreas de Floresta Atlântica que eqüivalem a 700 campos de futebol devido a incêndios e queimadas.
• A Floresta Amazônica, entre os anos de 1999 e 2000, perdeu uma área de 20 mil km2, o que representa um campo de futebol a cada 8 segundos.
• Em 2001 só no mês de setembro foram registrados 40.401 focos de incêndios, o mais alto índice dos sete anos anteriores.
• Em apenas uma semana do mês de junho de 2002 foram 2,7 mil focos de queimada registrados em todo o país.
Segundo a Lei de Crimes Ambientais 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, provocar queimada é crime e a punição varia de seis meses a quatro anos de reclusão e multa. Esta lei se refere a todas as pessoas que provocarem incêndios em florestas, fabricam ou soltam balões, aplicam fogo em áreas agropastoris sem autorização dos órgãos ambientais ou colocam fogo em áreas urbanas, por qualquer motivo.
A queimada é prejudicial tanto nas áreas rurais e naturais quanto nas urbanas e a sua prevenção pode ser feitas por todos, por isso:


Não solte balões
Não jogue e não deixe que joguem, pontas de cigarros na beira das estradas ou em locais propícios à queimadaNão jogue fósforos acesos no solo nem faça fogueiras
Não coloque fogo em terrenos baldios como forma de diminuir a sua vegetação
Não queime o lixo
Não deixe velas acesas após rituais religiosos

Se você observar fogo em algum local ou alguém ateando-o indevidamente chame:
IBAMA 0800-618080
Se estiver no Paraná ligue:
IBAMA (41) 322-5125
IAP (41) 333-6163
Lembre-se : o fogo provocado por uma única pessoa pode prejudicar o interesse de toda a sociedade e o meio ambiente. Pense nisso e ajude a apagar esta idéia!

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