13.3.12

Apicultores recebem incentivos para aumentar produção do mel




Cento e dezesseis agricultores familiares, das Regiões do Curimataú, Brejo e Agreste do Estado da Paraíba, recebem incentivos do Sebrae, Projeto Cooperar, Banco do Brasil e a Universidade Federal da Paraíba (UFCG), para incrementar a cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura. O resultado do trabalho realizado com apoio do Governo estadual, apresentou um aumento na produção do mel em 2005, de 20%, em relação á produção anterior.

Os apicultores, que participam do Projeto APIS no Curimataú/Seridó, coordenado pelo gerente regional do Sebrae (agência de Araruna), Edílson Batista de Azevedo, estimam um crescimento na produção do mel, até o final deste ano, em 30%. Em 2004 eles conseguiram uma prudução de oito toneladas, subindo ano passado, para 10 toneladas.

Organizados em pequenas associações, os 116 apicultores, estão – agora – empenhados na instalação de um entreposto, na cidade de Bananeiras. A unidade, que será construída em uma área de 250 metros quadrados, já conta com a garantia dos recursos financiados pelo Banco do Brasil, a fundo perdido, no valor de R$ 80 mil. As obras serão iniciadas ainda este mês, conforme Edílson Batista. Quando pronto, o entreposto receberá toda a produção do mel das regiões monitoradas pelo projeto. A unidade será gerenciada por um condomínio de apicultores, cujo processo encontra-se em andamento.

Outro projeto que merece referência é o desenvolvido pela Emepa - Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária – de Lagoa Seca, na região do Brejo, que beneficia comunidades carentes e está expandindo a atividade por diversos municípios da região, gerando emprego e renda para muitas famílias.

O projeto dispõe da instalação de apiários nas propriedades de produtores beneficiados, que recebem informações sobre as técnicas fundamentais para a criação. Os pesquisadores garantem que a apicultura é uma atividade lucrativa que não requer muitos custos para a manutenção. Graças ao incentivo da Emepa, a arte de criar abelhas vem registrando crescimento na Paraíba nos últimos anos. Num levantamento realizado pela empresa há mais de dois anos, foi detectada a existência de 30 associações de criadores no Estado. Atualmente, estima-se que mais de 190 já estejam organizadas.
Assistência aos apicultores é contínua
A assistência técnica aos apicultores, segundo Edílson, é contínua, sendo realizada pelos agentes de Desenvolvimento Rurais, treinados e capacitados para o trabalho. “Essa assistência tem contribuído para influenciar o crescimento da produção das coméias, que subiu em 2005 em 10%, em comparação ao ano anterior”, afirma Edílson, lembrando que os apicultores também participam de palestras, seminários e outras atividades ligadas à apicultura.

Se não houver imprevisto no projeto, conforme Edílson, espera-se um crescimento na produtividade média por coméia, até dezembro de 2007, em 25%, sendo 10% até o final deste ano. Outros resultados esperados até dezembro deste ano são o aumento da renda média mensal dos apicultores/meliponicultores em um salário mínimo e o crescimento do número de coméias das 1.400 para 1.700 até dezembro de 2006, além do aumento, em 30%, do número de pessoas ocupadas na atividade.

Entre os municípios que participam do projeto APIS no Curimataú/Seridó, destacam-se: Nova Floresta, Cuité, Picuí, Bananeiras, Araruna, Campo de Santana, Dona Inês, Solânea, Araruna, Remígio e Esperança.
Produto é rentável e preserva a natureza
De acordo com os apicultores, a criação de abelhas não é só um negócio rentável, mas um bom artifício na preservação do meio ambiente, contribuindo inclusive, na proliferação do pomar. Os biólogos garantem que os apiários instalados próximos às plantas que produzem flores, favorecerão uma produção do mel bem maior e de melhor qualidade por conta da quantidade de pólen sugado pelas abelhas.

Dependendo da região, uma colméia pode chegar a produzir mel até quatro vezes por ano. A Uruçu pode ter o mel produzido para fins medicinais e, se bem tratados e instalados, os enxames podem fabricar até mesmo 10 litros de mel/ano cada colméia, devendo-se levar em conta que um apiário pode ser formado pela quantidade de colméias que o produtor puder manter.

Em ambientes com variedade e quantidade excessiva de pólens as abelhas reduzirão as despesas dos produtores, porque terão os alimentos fornecidos pela própria natureza, embora o pólen também possa ser comprado em casas especializadas.

O mel produzido no Nordeste, incluindo a Paraíba, é considerado um dos melhores do mundo, tendo boa aceitação nos países europeus, segundo os pesquisadores. Dentro do país, o mel paraibano é o mais consumido no Sul e Sudeste. Infelizmente, o hábito de comer melado pelos paraibanos ainda é pouco, um costume que deveria ser seguido por causa dos nutrientes que o mel possui e que poderia servir como alimentação suporte para todas as pessoas. Uma das indicações seria inserir o produto no cardápio da merenda escolar

fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/cida-03-080106.html

Guia verde politicamente incorreto


Nem ecochatos nem ecocéticos. Não existem verdades absolutas na sustentabilidade. Há sempre alguma sujeira escondida debaixo do tapete - e soluções em lugares que ninguém esperava. A chapa esquentou. Quando o assunto é aquecimento global, o mundo agora se divide entre ecoradicais e ecochatos - cada um defendendo seu lado com unhas, dentes e as mais novas pesquisas científicas. De um lado estão os ambientalistas radicais. Para eles, o aquecimento global é responsável por todos os desastres naturais de que se tem notícia. É o caso da onda de calor de 2003, que matou 40 mil pessoas na Europa, e do derretimento da neve do Kilimanjaro, por exemplo. (Na verdade, a onda foi causada por uma anomalia na circulação de ar, e o Kilimanjaro já estava degelando desde 1953, graças a raios solares.) Do outro lado, ecocéticos querem limpar a barra dos seres humanos a qualquer custo. Argumentam, por exemplo, que a atividade vulcânica é mais decisiva para o aquecimento global do que as nossas ações - enquanto estudos avaliam que humanos emitem 135 vezes mais CO2 do que vulcões. No meio de tantos dados contraditórios, quem sai perdendo é a ciência. Neste nosso Guia Verde Politicamente Incorreto não queremos destruir boas intenções. Queremos apenas mostrar que não existem vilões ou mocinhos na sustentabilidade - e que todas as atividades têm um lado sujo por trás. Ou limpo. Ou sujo. Ou... Falsos vilões Cortar árvores, eliminar carbono, sacos plásticos: tudo isso faz mal para o planeta. Mas a história não acaba por aqui A indústria do papel Derrubar um campo de futebol de floresta equivale a emitir 500 toneladas de CO2. Mas reflorestar esse mesmo terreno para produzir madeira e papel limpa a atmosfera. A lógica é simples: ao crescer, a árvore absorve CO2, fazendo o famoso sequestro de carbono, que é armazenado na celulose usada para a produção do papel. No Brasil, a indústria de celulose emite 21 milhões de toneladas de CO2, mas as florestas plantadas de pinus e eucalipto sequestram 64 milhões de toneladas de CO2. Ou seja, essa conta dá superávit - a plantação limpa mais do que polui. E tem um detalhe, enquanto cresce, uma floresta capta muito mais CO2 do que quando chega à maturidade. Por isso, em termos de limpeza de carbono, é até melhor derrubar e plantar uma floresta nova do que deixar uma sempre de pé. Além disso, a indústria do papel garante que sempre exista uma cobertura de árvores em seus terrenos - afinal, mesmo quando ela está cortando um lote de floresta para produzir papel, há um outro que está de pé (e respirando) . E o melhor para a sua consciência é que o papel utilizado no Brasil não vem do desmatamento de mogno na Amazônia, mas da colheita de eucalipto e pinus de florestas plantadas no sul do país (veja quadro). Mais limpo que sujo Cortar árvores é ruim. Mas replantá-las o tempo todo limpa a atmosfera. 21 milhões de toneladas de CO2 é o que emite a indústria do papel. 64 milhões de toneladas de CO2 é quanto absorvem as árvores da mesma indústria. É pinheirinho Veja os estados que mais produzem papel no Brasil. 44% - São Paulo 21% - Paraná 19% - Santa Catarina 4% - Bahia 4% - Minas Gerais 8% - Outros* O papel produzido na região Norte é usado em embalagens e papel higiênico para consumo local. Fonte Associação Brasileira de Celulose e Papel Embalagens (de vegetais) Sim, as embalagens são os vilões dos lixões. Mas, por outro lado, elas ajudam a evitar o desperdício de alimentos. (No Brasil, um terço da comida vai parar no lixo.) Veja como algumas embalagens em lugares certos podem ajudar. 3 a 14 dias a mais: é quanto duram pepinos se estiverem embalados por 1,5 grama de plástico. 27% menor - A perda de maçãs embaladas. 3% a mais é quanto dura a batata empacotada, porque evita o contato com a luz. 20% menor é a perda de uvas embaladas Peixe - Apesar da lata de aço, o peixe enlatado tem uma pegada de carbono menor porque elimina a necessidade de refrigeração. Fonte Morissons UK; Cucumber Growers Association Pode andar de carro velho Faz sentido comprar um carro pequeno que consome menos combustível e, consequentemente, libera menos carbono, certo? Nem sempre. Suponha que você quer trocar seu carro 1.0 que faz 10 km por litro de gasolina por um que rode 15 km. Primeiro, você tem de levar em consideração que produzir um carro novo gasta cerca de 7 toneladas de CO2. Afinal, até chegar às concessionárias, vai ter envolvido extração de minérios, transporte de matérias-primas e fabricação. E tudo isso gasta energia. Assim, você vai ter que andar 70 mil quilômetros com o seu carro novo para economizar as 7 toneladas de CO2 que você eliminou comprando o carro. Se você rodar 23 km por dia, essa quilometragem só será alcançada depois de 8 anos - e seu carro novo já estará velho de novo. Pobres pássaros Toda vez que há um derramamento de petróleo, os jornais ficam repletos de imagens aterrorizantes de pássaros cobertos de óleo. Mas a verdade é que a produção de energia não é a maior vilã das aves - fazemos coisas muito piores. Veja aqui os hábitos humanos que matam mais pássaros: TUDO MATA Mortes de aves ao ano, por categoria. 6 147 - Vazamento de óleo da British Petroleum. 270 mil - Geradores de energia eólica. 10 milhões - Gatos domésticos. 80 milhões - Carros comuns. 130 milhões - Fios elétricos. 550 milhões - Choques em prédios. Fonte: American Wind Energy Association Falsos mocinhos Infelizmente, na sustentabilidade, não há soluções totalmente limpas. Até mesmo as ações que prometem salvar o ambiente podem não ser tão milagrosas assim POR QUE BILL GATES NÃO GOSTA DA ENERGIA SOLAR Instalar painéis solares no telhado das casas ou turbinas eólicas no topo de um prédio pode parecer legal. Mas eles são a resposta para fazer com que não dependamos mais do petróleo e de energias sujas? Não para Bill Gates. O dono da Microsoft e habitué da lista dos homens mais ricos do mundo sabe do que fala: parte dos US$ 36 bilhões que doa a organizações filantrópicas vai para tecnologias relacionadas à energia, principalmente a nuclear. O problema de Gates é com o excesso de atenção dado à energia solar. Energia a partir de painéis fotovoltaicos, por exemplo, custa o mesmo que energia atômica e é muito menos eficiente - e ainda assim governos topam subsidiá-la. E, por isso, falta dinheiro para o desenvolvimento de novas soluções energéticas que realmente poderiam transformar o planeta. "Mais de 90% dos subsídios vão para tecnologias que já existem, e não para a pesquisa. Com esse dinheiro, você consegue comprar todas as tecnologias antigas, mas nunca terá novas descobertas, que só vão vir com as pesquisas. Se não houver inovação, não teremos nada", disse Gates em uma palestra dada em maio. Para piorar, a energia solar é muito melhor para países ricos do que pobres, porque depende de tecnologia cara e pouco disponível. ESTAS PLACAS TAMBÉM POLUEM! Obter energia elétrica a partir do sol tem um desafio intransponível - ela só está disponível durante o dia. À noite, é necessário o uso de baterias. Um estudo de Chris Cherry, professor de engenharia da Universidade do Tennessee, avaliou que o atual uso de energia solar na China e na Índia, associado a baterias de chumbo, traz o risco de liberar 2,4 milhões de toneladas desse metal pesado no ambiente - na mineração, na produção das baterias e em sua reciclagem. Até existem baterias que não usam chumbo em sua cadeia de produção - mas elas são caras e produzidas em pequena escala. Ou seja, só são usadas em países ricos. China e Índia ficam com com as baterias poluentes. NEM TUDO QUE É BIO É OURO DIESEL O biodiesel é produzido a partir de etanol e óleo. Eis aí o primeiro problema. Sua produção ocupa uma grande área agrícola que poderia ser usada para plantar alimentos. Nos EUA, 24% da produção de milho vira etanol. (O economista Paul Krugman até chamou o etanol de "demônio", por ter contribuído na alta dos preços de comida.) Mas e se os 2,5 milhões de toneladas de gordura animal obtidos em abatedouros todo ano fossem usados como combustível? O problema é que o sebo de melhor qualidade é comprado pela indústria farmacêutica, que paga mais. O que iria para o biodiesel tem mais impurezas e alta acidez. DEGRADÁVEL Plásticos biodegradáveis têm um problema - sua decomposição libera metano, que tem potencial de aquecimento global 20 vezes maior do que o CO2. Assim, se o plástico for parar num lixão, o metano vai direto para a atmosfera. (É o que acontece com 45,7 mil toneladas de lixo no Brasil.) Mesmo se as sacolas forem para aterros sanitários, o metano pode acabar no ar. Nos aterros, o lixo é coberto por terra todos os dias, mas os coletores de metano só são instalados quando setores inteiros dos aterros estiverem lotados. Ou seja, a instalação dos coletores pode demorar mais do que a decomposição do plástico - que, dependendo da temperatura e da umidade, pode começar em semanas. Fonte Levis, James e Barlaz, Morton; "Is Biodegradability a Desirable Attribute for Discarded Solid Waste?" Seu adorável cãozinho "Vida de cão" é só forma de dizer. Nossos cachorros têm vida melhor do que a de muita gente por aí. É só ver a ração que um cão médio come - e o impacto ambiental que essa comida gera: O que faz a diferença Se você quiser diminuir suas emissões, grandes sacrifícios não necessariamente levam a grandes resultados. Em 2008, por exemplo, a campanha "Lights Out" conseguiu mobilizar 27 cidades pelo mundo para que seus habitantes desligassem as luzes por uma hora. É claro que o objetivo era meramente simbólico - uma hora de luzes apagadas não acabaria com o aquecimento global. O resultado foi apresentado pela WWF como um sucesso: o evento teria economizado 10 toneladas de CO2. Mas isso é a metade das emissões anuais de um único cidadão americano. Ou seja, gestos simbólicos que precisam de grandes esforços trazem menos do que soluções bem pensadas. Aprenda aqui a pensar verde. Economia burra - 1 tonelada de CO2 = 1. Pedir que 10 amigos desliguem a TV de LCD durante 3 horas todos os dias - A televisão tem uma pegada de carbono surpreendentemente baixa: são 88 g de CO2 por hora. 2. Deixar de falar no celular por 42 minutos diários 3. Deixar de consumir 3 garrafas de vinho por dia - Produzir 1 garrafa elimina 1 kg de CO2. São 385 g para produzir o vinho, 330 g para fazer a garrafa, e o restante para transporte e armazenamento. 4. Deixar de imprimir mil livros - A produção de um livro emite 1 kg de CO2. 5. Deixar de comprar 167 calças jeans novas - 6 kg de CO2 na produção de uma calça jeans. 6. Deixar de passar 39 785 camisas a ferro - 25 g de CO2 por camisa passada. 7. Mandar 57 amigos desligarem seus laptops 4 horas por dia - São 12 g de CO2 por hora. 8. Deixar de comprar 87 pares novos de sapatos - São emitidos 11,5 kg na produção de cada par, em média. Economia inteligente - 1 tonelada de CO2 = 1. Deixar de fazer uma viagem de são paulo a miami na classe econômica Libera 1,17 tonelada de CO2. 2. Usar lâmpadas econômicas no lugar de incandescentes em duas casas - Cada troca de lâmpada economiza 410 g de CO2 por ano. 3. Comer 185 g de carne de frango em vez de 185 g de carne bovina por dia 4. Comprar dois laptops em vez de dois desktops - Produzir um desktop emite 4 vezes mais carbono do que um laptop. 5. Reciclar 10 latinhas de alumínio por semana 6. Trocar o chuveiro elétrico por um a gás (Em uma casa de 3 pessoas, com banhos de 10 minutos.) 7. Trocar o carro por ônibus em 18 viagens entre rio e são paulo - Uma pessoa sozinha em um carro elimina quase 7 vezes mais carbono. 8. Trocar 8 km diários de carro por transporte público - Andar de ônibus é 4 vezes mais limpo. Fonte How Bad Are Bananas?, Mike Berners-Lee Reciclar é só parte da solução O lixo é um grande problema da sustentabilidade. Literalmente: todos os anos, cada brasileiro produz 385 kg de resíduos - dá 61 milhões de toneladas no total. O certo seria tentar diminuir ao máximo essa quantidade de lixo. Ou seja, em vez de ter objetos recicláveis, o ideal seria produzir sempre objetos reutilizáveis, o que diminui os resíduos. Mas, enquanto isso não acontece, temos que nos contentar com a reciclagem. E é aí que vem um detalhe perigoso: reciclar o lixo também polui o ambiente e gasta energia. Reciclar vidro, por exemplo, é 15% mais caro do que produzi-lo a partir de matérias-primas virgens. Afinal, é feito basicamente de areia, soda e calcário, que são abundantes na natureza. Então, nenhuma empresa tem interesse em reciclá-lo. Já o alumínio é um supernegócio, porque economiza muita energia. Veja aqui quais são os materiais melhores para reciclar. Alumínio A reciclagem de alumínio é a mais favorável para o ambiente. A cada tonelada de metal reciclado, 13,6 toneladas de carbono deixam de ser eliminadas. 96% de economia de energia. 13,6 t de CO2 por 1 t de alumínio: é a economia de emissão de carbono. 1º 97% - Quanto de latinhas de alumínio se recicla no Brasil. Aço O aço é uma grande questão: sua produção libera 25% das emissões industriais de CO2 do mundo. E isso mesmo sendo o material mais reciclado em números absolutos! 67% de economia de energia. 3,7 t de CO2 por 1 t de aço: é a economia de emissão de carbono. 2º 70% - Quanto de aço se recicla no Brasil. Pet A matéria-prima do plástico, o petróleo, ainda é abundante e relativamente barata, o que torna alguns processos de reciclagem mais caros do que o plástico virgem. 76% de economia de energia. 1,7 t de CO2 por 1 t de PET: é a economia de emissão de carbono. 3º 56% - Quanto de plástico PET se recicla no Brasil. Vidro O vidro reciclado custa mais do que o vidro de matéria-prima - ou seja, é mais difícil encontrar empresas interessadas em reciclá-lo. O melhor então é usar embalagens de vidro retornáveis. 21% de economia de energia. 0,3 t de CO2 por 1 t de vidro: é a economia de emissão de carbono. 4º 47% - Quanto de vidro se recicla no Brasil. O plástico é um problema A dificuldade de reciclar plástico é que há 7 categorias diferentes, cada uma com um polímero. Ou seja, misturou, perdeu. Veja os campeões de reciclagem. 54% pet - Garrafas de refrigerantes, de óleo e de vinagre. 12,7% PEAD - Engradados, garrafas de álcool e de produtos químicos. 15,1% PVC - Tubos para água, calçados, cabos elétricos. 13,2% PEBD - Embalagens de alimentos, sacos industriais e sacos de lixo. Fontes Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro; Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre); Associação Brasileira de Alumínio; Associação Brasileira da Indústria do PET; Plastivida; US Environmental Protection Agency; Johnson, Reck, Wang, Graedel "The Energy Benefit of Stainless Steel Recycling" 3 nãos sobre os orgânicos Eles não usam fertilizantes sintéticos e pesticidas e respeitam o bem-estar animal. Mas também têm seu lado negativo. NÃO É TÃO VERDE O leite orgânico, por exemplo. Ele precisa de 80% mais área para ser produzido. Tem potencial 20% maior para contribuir com o aquecimento global. - Vacas no pasto soltam 4 vezes mais metano do que as que comem ração. Contribui 70% mais para a chuva ácida. Libera 60% mais nutrientes na água. NÃO É MAIS NUTRITIVO Analisando 50 anos de literatura sobre o assunto, Alan Dangour, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, concluiu em estudo que não há prova suficiente para dizer que os orgânicos sejam mais nutritivos, e que eventuais diferenças "provavelmente não sejam de relevância alguma para a saúde". NÃO É PRODUTIVO Os orgânicos precisam de área de cultivo maior. E isso gasta mais combustível no arado e sacrifica mais terra onde poderia haver mata nativa. Pra baixo Em quanto cai a produtividade nas culturas orgânicas: Trigo: -53% (primavera) Milho: -34% China, líder verde O mundo emitiu no ano passado 30,6 bilhões de toneladas de CO2. E um quinto disso veio da China, o maior emissor do planeta. Isso faz dela o grande vilão do ambiente? Em parte, sim - o país consome 48,2% do carvão do mundo, por exemplo. Mas isso esconde o fato de que nenhuma nação investe tanto em energia limpa quanto ela. Em 2010 foram US$ 54,4 bilhões, o que dá 0,55% do PIB - enquanto isso, o Brasil investe 0,35% do PIB e os EUA 0,23%. Por que isso? Não necessariamente por um compromisso moral. As razões são estratégicas. A China depende da importação de petróleo e gás natural, e suas reservas de carvão não vão durar mais que 40 anos. Não faz sentido para o país ficar vulnerável em relação a seus exportadores de combustíveis fósseis. Há mais um argumento a favor da China. Sim, seu mercado interno consome muita energia, mas um terço de suas emissões vem da produção de bens para exportação, segundo um estudo de 2009. É como se na prática outros países exportassem a emissão de carbono para a China. E não é só isso. A degradação do ambiente tem custo - em 2008, o governo chinês estimou que a economia cresceu um quarto a menos por causa da poluição do ar e da água e por perder área agricultável. Ou seja, a China sentiu que a poluição é ruim para os negócios - e, quando o assunto pegou no bolso, resolveu agir. Grana verde Quem gasta mais em energia renovável. CHINA - US$ 54,4 bilhões EUA - US$ 41,2 bilhões ALEMANHA - US$ 34 bilhões BRASIL - US$ 7,6 bilhões Para saber mais How Bad Are Bananas? Mike Berners-Lee, Green Profile, 2010. Cool It: The Sceptical Environmentalist¿s Guide to Global Warming Bjorn Lomborg, New Edition, 2009. Time to Eat the Dog?: The Real Guide to Sustainable Living Robert Vale, Thames & Hudson, 2009

Intervenção urbana com musgo – Planeta Sustentável




Intervenção urbana com musgo – Planeta Sustentável

11.10.08

Leucena



Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit.
Nomes Comuns: Leucena, Wild Tamarind, Koa haole
Familia: Mimosaceae
Origem: América Central e Caribe, México.

Descrição e Fenologia da Espécie
Arbusto ou árvore pequena, entre 5 e10 m de altura. Folhas alternas bipinadas, com 25 cm de comprimento; entre 4-9 pares de pinas, com 8-10 cm. Entre 11-17 pares de folíolos, de 9-12 mm, opostos, lanceolados, acuminados; de coloração verde-acinzentada. Inflorescência globosa, com pedúnculo de 5-6 cm de comprimento. As flores possuem corola e estames brancos; cálice com 2,5 mm, pétalas lineares; estames em número de 10 com aproximadamente 1 cm de comprimento, anteras pilosas. Ovário fracamente pubescente no ápice. Vagens agrupadas, lineares, achatada, com 10-15 cm de comprimento e 2 cm de largura, marrom-escura, com um bico no ápice; cada vagem contém aproximadamente 20 sementes de coloração marrom brilhante, oblonga-oval, achatada, com 6 mm de comprimento (Stone, 1970).

Ecologia da Espécie
Espécie muito prolífera e de rápido crescimento. Propaga-se exclusivamente por sementes, que são dispersadas principalmente por pássaros.

Faz auto-fecundação, de forma que até mesmo indivíduos isolados produzem sementes. Há um percentual pequeno de fecundação cruzada e são polinizadas por um número grande de insetos generalistas, incluindo abelhas de pequeno e grande porte (Global Invasive Species Database).

Floresce e semeia continuamente ao longo do ano, desde que haja umidade. Combinada à característica de auto-fecundação, o processo resulta na produção abundante de vagens e sementes (Global Invasive Species Database).

Regenera-se rapidamente após queimadas ou corte. As árvores têm vida curta, entre 20 e 40 anos, porém o banco de sementes tem longa viabilidade no solo, entre 10 e 20 anos (Global Invasive Species Database). Cada planta pode produzir até 2000 sementes por ano.

Uma vez estabelecida, é de difícil erradicação. Rebrota vigorosamente se cortada e requer tratamento químico.

Ambientes Preferenciais Para Invasão
Geralmente favorecida por solos calcários e degradados, sendo encontrada em ambientes secos e mésicos. É largamente encontrada ao longo de rodovias, em áreas degradadas, em áreas agrícolas, em pastagens e em afloramentos rochosos. Em áreas degradadas não chega a ser dominante, contudo nos outros casos, sim (Wagner et. al., 1999).

A espécie faz parte da lista de 100 mais agressivas espécies invasoras do planeta, da IUCN (União Mundial para a Conservação da Natureza).

Ocorrências Conhecidas
Leucaena leucocephala é largamente difundida no mundo sendo uma espécie extremamente problemática na Polinésia, Micronésia, Samoa Americana, ilhas Cook, ilhas Mariana, ilhas Galapagos, ilhas Marshall, Papua Nova Guiné, Palau e na costa do pacífico da Austrália, Cambódia, China, Indonésia, Irian Jaya, Malásia, Filipinas, Japão (ilha Ryukyu), Taiwan, Tailândia, Vietnã.

Na África, é invasora em Ghana, Seychelles, ilhas Reunião, África do Sul e Tanzânia.

Nas Américas, no México e na Califórnia e Havaí, Estados Unidos.

Além de ser particularmente freqüente na região sul e sudeste, onde pode ser encontrada invadindo áreas de pastagem, beira de estradas, pomares, lavouras perenes e terrenos baldios (Lorenzi, 2000).

Está adaptada como invasora também na caatinga nordestina, junto com outras espécies introduzidas para forragem, assim como em outros ambientes brasileiros.

Impactos
Forma denso aglomerados, excluindo todas as outras plantas e impedindo a circulação da fauna. Foi plantada para servir como forrageira mas, ao menos que seja roçada ou controlada, propaga-se rapidamente para áreas adjacentes (Smith, 1985). Seu controle é extremamente trabalhoso e oneroso em função da resistência da espécie a roçadas e ao fogo e ao banco de sementes de longa viabilidade no solo.

Possui altos teores de mimosina, substância tóxica aos animais não ruminantes se ingerida em grandes quantidades, que causa a queda de pêlos (Franco & Souto, 1986).

Manejo e Controle
Controle mecânico: Pode ser realizado com inúmeras roçadas sempre antes do início da produção de sementes ou, segundo Motooka et. al. (2002), com o manejo de bodes e cabritos, que se alimentam da espécie.

Controle químico: Deve ser feito com herbicida triclopir através de aspersão foliar. O herbicida também pode ser aplicado diretamente nos troncos, imediatamente após o corte, diluído 50% em óleo diesel. E, em alguns casos, apenas o óleo diesel aplicado imediatamente após o corte, se mostrou efetivo (Motooka et al., 2002).

Controle Biológico: Foi testada a eficácia do inseto Psyllide Heterophylla cubana na África do Sul e chegou-se à conclusão que o inseto pode causar defoliação cíclica das plantas, porém não as elimina, tendo resultados pouco efetivos (Global Invasive Species Database).

Toda ação de controle químico requer uso de equipamento adequado e material de segurança, como luvas e máscara. Seguir sempre as instruções do fabricante e proceder à devolução da embalagem.

Referências
FRANCO, A. A.; SOUTO, S. M. Leucaena leucocephala – uma leguminosa com múltiplas utilidades para os trópicos. Comunicado técnico: EMBRAPA – UAPNPBS. n. 2. 1986. 7p.
GLOBAL INVASIVE SPECIES DATABASE. www.issg.org
LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 3 ed. Nova Odessa, São Paulo: Instituto Plantarum, 2000. P. 402.
MOTOOKA, P. L.; CASTRO, D. N.; Nagai G.; Ching, L. Weeds of pastures and natural areas of Hawaii and their management. 2002. In press.
PIER - Pacific Island Ecosystems at Risk. Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit, Mimosaceae. Disponível em: http://www.hear.org/pier/leleu.htm Acessado em: 28/X/2003.
SMITH, C .W. 1985. Impact of alien plants on Hawai‘i's native biota. In: Charles P. Stone and J. Michael Scott, eds.. Hawai‘i’s Terrestrial Ecosystems: Preservation and Management. Cooperative National Park Resources Studies Unit, University of Hawaii, Manoa. p. 193.
STAPLES, W. S.; COWIE, R. H. Hawai`i's invasive species. Mutual publishing and Bishop museum press. 2001. p. 85-86.
STONE, B. 1970. The flora of Guam. Micronesica 6. p.299-300.


Fact sheets provided by The Horus Institute for Environmental Conservation and Development (Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental)

29.9.08

Água mineral feita a partir do mar chega aos EUA



Moradores de Miami, na Flórida (EUA), poderão a partir do próximo mês entrar em lojas de conveniência da cidade e levar pra casa uma nova garrafa de água mineral, a H2Ocean. Seria apenas mais uma marca no mercado, não fosse por um detalhe: a H2Ocean é feita a partir da água do mar, com aplicação da nanotecnologia. E mais. O processo foi desenvolvido por brasileiros.
A H2Ocean nasceu da experiência de dois cientistas, que começaram a desenvolver a tecnologia de controle de minerais em água dessalinizada. Isso ocorreu há dez anos.
Em seguida, somaram-se à dupla outros dois sócios. Em 2003, eles conseguiram a patente do processo e passaram a bater de porta em porta para tentar comercializar a água.
'Ao longo de dez anos, foram investidos cerca de US$ 2 milhões na companhia', diz Rolando Viviani, gerente de marketing da H2Ocean. Segundo ele, todas as pesquisas foram feitas com recursos próprios dos quatro sócios. Seus nomes, por enquanto, são mantidos em sigilo.

No início, o objetivo da H2Ocean era vender a água 'nanotecnológica' no Brasil. A empresa alega ter procurado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006 para realizar o pedido de registro do engarrafamento do produto. A resposta teria sido a de que não há legislação específica para que esse tipo de água seja vendido no país por conta da sua fonte: o mar.
Procurada, a Anvisa informou que a H2Ocean nunca entrou com um pedido de registro.
A empresa, entretanto, enviou ao Valor fac-símile da página da Anvisa na internet em que aparece o número do processo do registro e do protocolo, em nome de Aquamare Beneficiadora e Distribuidora de Água. A data de entrada é de outubro de 2006 e o pedido foi negado em março do ano passado. Em dezembro, a mesma Aquamare fez uma segunda tentativa, enviando uma carta à Anvisa em que pedia esclarecimentos sobre o que fazer para obter o registro. A resposta veio quatro meses depois, com a indicação de que a empresa deveria 'importar' uma legislação sobre o assunto. Ao Valor, a Anvisa também informou que 'a empresa interessada na produção (...) de água dessalinizada deve apresentar, preferencialmente por intermédio de uma associação, proposta de regulamentação para avaliação pela Anvisa'.
As dificuldades para se obter o registro no Brasil levaram a H2Ocean a mudar de estratégia. A empresa continua interessada em obter a aprovação da Anvisa, mas decidiu priorizar a busca por novos mercados. A opção foi pelos EUA. 'O registro da empresa saiu em três horas e a água foi analisada em 15 dias. Nos EUA, conseguimos resolver em três meses tudo o que não conseguimos aqui em quatro anos', afirma Viviani. O Valor, porém, não teve acesso ao registro obtido no exterior. A venda da H2Ocean começa nos Estados Unidos em agosto, em três estados: além da Flórida, Nova Jérsei e Atlanta. Foram embarcados oito contêineres do produto, feito inicialmente na fábrica de Bertioga, litoral sul de São Paulo. A unidade poderá ser desativada em breve. A produção deve ser transferida para os EUA no fim deste ano.

A nanotecnologia foi o instrumento utilizado pela H2Ocean para transformar a água do mar em água mineral dessalinizada. A água dos oceanos é rica em micro e macro nutrientes, como o boro, o cromo e o germânio - elementos dos quais o corpo humano necessita, em pequenas doses. Com a nanotecnologia, a H2Ocean conseguiu, a partir da água recolhida em alto mar, retirar o sal e manter grande parte dos minerais. Para chegar a esse resultado, os cientistas criaram um filtro com nanotecnologia aplicada, o nanofiltro. O processo inicial é o mesmo que se faz desde a década de 1940: a dessalinização. Depois de retirado o sal, restam duas opções, segundo Viviani: 'Ou todos os minerais são retirados da água ou ela continua salgada'. Com uma sequência de nanofiltragens, a H2Ocean conseguiu manter 63 dos 86 minerais contidos na composição inicial.

Surgiu a água do mar mineral. Para saber se o resultado é bom, o brasileiro vai ter de esperar. Ou passar em alguma 'deli' na próxima viagem à Disney. (Fonte: Gazeta Mercantil - Indústria - Pág C1 - 30.07.08)

23.9.08

O mundo cabe em um bonsai



• É possível imaginar árvores gigantes reduzidas a uns centímetros por homens que as "educam"?

POR ORTELIO GONZÀLEZ MARTÍNEX – especial para Granma Internacional

CIEGO DE ÁVILA.– O japonês Kyuzo Murata, um dos pais do bonsai moderno, andaria com gosto pela Galeria de Arte da cidade de Ciego de Ávila, a 420 quilômetros de Havana, onde há uns dias se reuniram os mais prestimosos bonsaistas cubanos, que participaram da 3a Convenção CubaBonsai 2005.


Ficus Retusa (loureiro), estilo floresta, com 14 anos. Grande Prêmio 2005 para o autor, Lorenzo Gonzalez Casuso

Uns trinta representantes de quase todas as províncias do país intercambiaram experiências a respeito desta arte viva, que percorre as criptas do espírito e apreende a quem se dedica a cultivá-la.

O mundo cabe num bonsai, se pode dizer. E quem assim pensa não lhe falta razão. Estas vidas diminutas, segundo definição, "plantas vivas, colocadas num vaso, sobre uma rocha ou planta, onde permanecem de forma quase perene".

"Não representam só a beleza natural de cada exemplar em questão, mas seu aspecto recorda algo mais: pode tratar-se de uma cena de um bosque, de uma parte deste, de uma majestosa árvore solitária, uma paisagem marinha, um lago, rio, um tanque..."

É o resultado de séculos de desenvolvimento e continua a evoluir.

Esta manifestação é o ponto de convergência de diversas disciplinas como a arte, a botânica e a filosofia, muito vinculadas entre si, sempre a caminho da perfeição.

E digo que o mundo cabe num bonsai porque penso na maquete da cidade de Havana, uma grande urbe reduzida a apenas 22 metros de comprimento por 10 de largura; ou no Monólogo do Bonsai, interpretado pelo artista Carlos Ruiz de la Tejera, que com fino humor político compara os países da América Latina com um pequeno jardim, onde os jardineiros pertencem ao FMI.


O bonsaista Jovany Borrego mostra ao público as características de um flamboaiã

Quanto à origem das árvores em miniatura, uma lenda chinesa sustenta que durante a dinastia Han (206 a.C – 220), um imperador mandou construir uma paisagem em seu quintal, que devia representar as montanhas, os rios, os vales e lagos de seu império. Depois se extasiava das janelas do palácio, como se tivesse o mundo a seus pés.

Mais para cá no tempo, em 1971, foram descobertos no gigante asiático os testemunhos mais antigos, na tumba do príncipe Zhang Huai, da dinastia Tang.

Segunda descreve a literatura, no ano 552 da nossa era, chega o budismo ao Japão e, com ele, as pequenas árvores. Assim, tudo o que provinha da cultura chinesa foi assimilado nas ilhas japonesas, até a arquitetura, a caligrafia, as cerimônias...

Apareceu até a peça teatral Hachi-no-ki (As árvores em vasos), uma das mais relevantes do mundo quanto a esse tema. A obra era baseada num conto popular muito arraigado no império do Sol Nascente.

A expressão filhos malcriados é uma definição "cubana, pois, há que dar a estes seres viventes todos os gostos se queremos que cresçam e se desenvolvam, desde a alimentação até a educação adequadas", disseram vários cultivadores interpelados por Granma Internacional durante a convenção.

Raciel Méndez Gómez, com 16 anos de experiência nesta arte, descreve que, até onde se sabe, os primeiros indícios apareceram em casa de um casal que vivia no povoado La Fé, na Ilha da Juventude. Diz que na década de 1970, seu amigo Enrique Cuenda observou as plantas, desaparecidas tempo depois da morte do casal. "Não se sabe o rumo que tiveram", assevera.

Outro testemunho narrado pelo próprio Raciel, dá conta de que em Santiago de Las Vegas, província de Havana, apareceu abundante literatura numa casa desabitada. Os livros foram parar com diversas pessoas, alguma das quais teriam iniciado o cultivo.

Cheia de mistérios e conjecturas, como a própria vida, é a história do Bonsai. Tanto assim que se sabe da existência de mais de 300 cultivadores em toda Cuba, cifra que cresce, com a incorporação de muitas outras que, até agora, permaneceram no anonimato.

Para o avilenho Dimitri Gómez González, presidente do Comitê Organizador da Convenção, que deu vida ao projeto nos últimos anos, o cultivo desta arte vivente poderia ser outra via de integração entre os povos no ano da Alternativa Bolivariana para as Américas. E informa: "A presidência da Federação Latino-americana do Bonsai está na Venezuela".

Alejandro Moya Valdés, um principiante, conseguiu seu primeiro exemplar depois de mais de quatro horas a cinzel e martelo. Talvez seja essa a razão pela qual pensa que, para ele, o fundamental na hora de cultivar e educar as plantas é a disciplina.

Os participantes do encontro me deram as melhores definições numa palavra. Cada qual resumiu o sentir: Espírito, disse Lorenzo González Casuso; Adição, Leonel Monzón García; Harmonia, Asley Hernández Sánchez; Paz, Jovany Borrego Mejías; Sentimento, Raciel Méndez Gómez; Tranqüilidade, Nancy Gutiérrez Gárciga; Espiritualidade, Jorge Guerra Pensado; Paixão, Leonardo Rodríguez Triana.

Sem pensar em monges, impérios, civilizações nômades e dinastias, os cultivadores cubanos têm sua própria história, a mesma que como o decurso do tempo, contarão outros para que não morra esta arte milenar.

fonte: http://www.granma.cu/portugues/2005/noviembre/vier18/48bonsai-p.html

13.9.08

Bióloga revela potencial bioativo e quimioproteção natural da manga.



Houve época em que na periferia os moleques pulavam muros de quintais para roubar mangas. Hoje adultos, lembram do sabor especial do fruto daquelas inocentes contravenções e muitos se surpreenderiam com a informação de que a manga freqüenta as bancadas dos laboratórios nas universidades. A professora Gláucia Maria Pastore, do Departamento de Ciência de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, justifica a atenção que pesquisadores dão à manga: "Trata-se de uma fruta popular, com grande aceitação no Brasil e em outros países e cujo consumo tem-se expandido para novos mercados, como a Europa. Além de saborosa e aromática, possui elevado valor nutritivo quando comparada com outras frutas. Também tem alto valor comercial, especialmente nas regiões tropicais. Em nosso caso, moveu-nos principalmente o interesse em conhecer as propriedades associadas ao fruto produzido no Brasil e abrir caminho para seu melhor aproveitamento".

Principal variedade brasileira tem atenção especial

A professora explica ainda que as frutas, cada vez mais, se revelam constituídas de substâncias bioativas - que trazem algum benefício para o organismo, geralmente devido à presença de antioxidantes, reconhecidos como capazes de retardar o envelhecimento e o aparecimento de doenças e até de evitá-las. "Esse fato levou ao conceito de alimentos funcionais, que estão na ordem do dia, e mais recentemente à idéia de quimioproteção, conseguida através de substâncias bioativas presentes em produtos in natura ou processados", observa. Normalmente estuda-se uma forma de preservar o quimioprotetor presente em um produto vegetal durante seu processamento, ou a forma de extração para adicioná-lo em outros produtos industrializados. "É o que acontece, por exemplo, no processamento do suco de manga para preservar determinados componentes bioativos", acrescenta.

O interesse dos consumidores levou a bióloga Andréia Cristiane Souza Azevedo a pesquisar os componentes da manga que podem apresentar caráter bioativo, o que deu origem a tese de doutorado orientada pela professora Gláucia Pastore. Andréia Azevedo estudou as enzimas oxidativas e a presença de compostos bioativos em mangas produzidas no Brasil, com base nas variedades Tommy Atkins, Haden e Palmer, mas concentrando-se na primeira, em três diferentes estádios de maturação. A determinação dos teores das principais enzimas oxidativas foi utilizada como parâmetro para estabelecimento dos estádios de maturação: o verde, o de vez, e o maduro.

Andréia Azevedo afirma que os resultados mostraram a influência da maturação na composição química da fruta, com reduções nos teores de água, minerais, gorduras, fibras e vitamina C, e aumento dos teores de açúcares. "Os estudos mais detalhados foram sobre os compostos fenólicos na Tommy Atkins, a variedade mais produzida. Ela desperta maior interesse agronômico por ser mais resistente a doenças e ao transporte, e oferecer maior produtividade. Foram avaliados treze padrões de polifenóis, encontrando-se sete deles na polpa da fruta", explica. Segundo a pesquisadora, os polifenóis por ela determinados e estudados são conhecidos pelo papel protetor. "Sua ação está sempre ligada à capacidade de atacar radicais livres, que se formam em grande quantidade no organismo humano face ao sistema de vida moderno. Os radicais livres acarretam várias doenças crônico-degenerativas, que são aquelas que se manifestam no decorrer do tempo e não de forma aguda, a exemplo do câncer", complementa.

Gláucia Pastore ressalta a importância da descoberta, pela ciência, desses efeitos benéficos trazidos por componentes presentes em frutas e verduras. "A capacidade de retirar radicais livres, responsáveis pela oxidação, é o ponto chave: sem oxidação não ocorre degeneração, mesmo quando a pessoa é predisposta geneticamente. Nesses casos, a dieta minimiza a tendência natural", observa. A professora vê na manga um conjunto de propriedades importantes, como as oferecidas pelo caroteno, responsável pelo pigmento amarelo, por vários carotenóides, que são antioxidantes, e pelo alto teor de vitamina C e de fibras boas. "Ainda falta conhecimento em relação às frutas brasileiras. Esse tipo de pesquisa contribui com a determinação das substâncias bioativas na manga e mostrando como elas se relacionam com a maturação e com as enzimas que degradam", pondera.

Em seu estudo, Andréia Azevedo determinou as porcentagens dos vários componentes nos principais estádios de maturação, a atividade antioxidante e a presença de uma importante substância antioxidante como a mangiferina, principalmente na casca do fruto. A pesquisadora não encontrou estudos sobre mangas do Brasil que envolvessem a ação bioquímica e o poder antioxidante. Em sua opinião, tais pesquisas permitirão o aperfeiçoamento genético para obter espécies com maiores teores de substâncias de interesse da saúde pública, além de municiar as empresas nacionais com informações que lhes permitam melhor explorar as frutas brasileiras industrialmente, visando ao mercado interno e externo.

Texto: Carmo Gallo Netto
Fonte: Jornal da Unicamp

Índios prometem revelar remédios desconhecidos


Representantes indígenas fizeram uma lista de 30 medicamentos e cosméticos tirados da floresta amazônica e usados por eles há séculos para apresentar num seminário no qual pretendem compartilhar os benefícios em busca de futuros investimentos farmacológicos. A Convenção da Diversidade Biológica, a ser realizada em Curitiba, em março, deve receber do Amazonas um grupo de oito indígenas de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira com a Colômbia.

A lista inclui o keeripa (sem tradução para o português), um fungo que brota da caatinga à beira dos igarapés que nascem do Rio Negro e, segundo a sabedoria tradicional, pode curar a tuberculose em cinco dias. "É feito um chá e dado à pessoa por menos de uma semana e ela fica curada para sempre", diz o líder do grupo que vai a Curitiba, André Fernando, da etnia baniua, presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi).

Patentes

Para ele, as propostas dos índios, que devem ser encaminhadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia, não podem vir desacompanhadas de um cuidado paralelo com as patentes com registro em nome dos povos. "Talvez uma organização maior para a democratização desses remédios da floresta venha do medo da perda da identidade, de um uso indevido e de que nada seja dado em troca aos que o descobriram", destaca.

"Ainda temos centenas de plantas que a medicina científica não conhece, usadas por nossos pajés, que teriam prazer e paciência para ensinar, mas com o cuidado de esse saber ser disseminado com o controle de índios também, não só do governo."

Antídoto contra veneno

Uma mistura de diversas plantas, como a capuleruda, usada tradicionalmente pelos índios, promete ser eficaz contra o veneno potente da jararaca. "As tribos que conhecem esse preparado não têm pessoas mutiladas, sem braços ou pernas por causa do veneno da cobra", disse.

André Fernando diz que seu pai é um exemplo do poder do preparado contra o veneno da jararaca, que deve ser aplicado em compressas em cima do ferimento por dois dias.

Cosmética

Segundo ele, outra vertente desse saber tradicional da floresta são os óleos e seivas usadas para a cosmética. "A vaidade, principalmente nas festas, é tradicional entre todas as etnias. A variedade de plantas na floresta não deixa nada a dever às prateleiras das lojas dos brancos", defende.

Para a convenção em Curitiba, serão levados óleos essenciais, como a padzoma, para perfumes que índios da etnia baniua usa na cintura em festas. Também uma planta muito usada em xampus e sabonetes, a kawiri, será levada. "O xampu feito com essa planta fortifica o cabelo e o sabonete tonifica a pele", garante. "Mitologicamente, em várias etnias, os bebês nascem e são banhados com a padzoma, que significa "planta do berço de origem"."

fonte: http://www.douradosnews.com.br/saude/view.php?ma_id=163760

Apicultores recebem incentivos para aumentar produção do mel



Cento e dezesseis agricultores familiares, das Regiões do Curimataú, Brejo e Agreste do Estado da Paraíba, recebem incentivos do Sebrae, Projeto Cooperar, Banco do Brasil e a Universidade Federal da Paraíba (UFCG), para incrementar a cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura. O resultado do trabalho realizado com apoio do Governo estadual, apresentou um aumento na produção do mel em 2005, de 20%, em relação á produção anterior.

Os apicultores, que participam do Projeto APIS no Curimataú/Seridó, coordenado pelo gerente regional do Sebrae (agência de Araruna), Edílson Batista de Azevedo, estimam um crescimento na produção do mel, até o final deste ano, em 30%. Em 2004 eles conseguiram uma prudução de oito toneladas, subindo ano passado, para 10 toneladas.

Organizados em pequenas associações, os 116 apicultores, estão – agora – empenhados na instalação de um entreposto, na cidade de Bananeiras. A unidade, que será construída em uma área de 250 metros quadrados, já conta com a garantia dos recursos financiados pelo Banco do Brasil, a fundo perdido, no valor de R$ 80 mil. As obras serão iniciadas ainda este mês, conforme Edílson Batista. Quando pronto, o entreposto receberá toda a produção do mel das regiões monitoradas pelo projeto. A unidade será gerenciada por um condomínio de apicultores, cujo processo encontra-se em andamento.

Outro projeto que merece referência é o desenvolvido pela Emepa - Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária – de Lagoa Seca, na região do Brejo, que beneficia comunidades carentes e está expandindo a atividade por diversos municípios da região, gerando emprego e renda para muitas famílias.

O projeto dispõe da instalação de apiários nas propriedades de produtores beneficiados, que recebem informações sobre as técnicas fundamentais para a criação. Os pesquisadores garantem que a apicultura é uma atividade lucrativa que não requer muitos custos para a manutenção. Graças ao incentivo da Emepa, a arte de criar abelhas vem registrando crescimento na Paraíba nos últimos anos. Num levantamento realizado pela empresa há mais de dois anos, foi detectada a existência de 30 associações de criadores no Estado. Atualmente, estima-se que mais de 190 já estejam organizadas.
Assistência aos apicultores é contínua
A assistência técnica aos apicultores, segundo Edílson, é contínua, sendo realizada pelos agentes de Desenvolvimento Rurais, treinados e capacitados para o trabalho. “Essa assistência tem contribuído para influenciar o crescimento da produção das coméias, que subiu em 2005 em 10%, em comparação ao ano anterior”, afirma Edílson, lembrando que os apicultores também participam de palestras, seminários e outras atividades ligadas à apicultura.

Se não houver imprevisto no projeto, conforme Edílson, espera-se um crescimento na produtividade média por coméia, até dezembro de 2007, em 25%, sendo 10% até o final deste ano. Outros resultados esperados até dezembro deste ano são o aumento da renda média mensal dos apicultores/meliponicultores em um salário mínimo e o crescimento do número de coméias das 1.400 para 1.700 até dezembro de 2006, além do aumento, em 30%, do número de pessoas ocupadas na atividade.

Entre os municípios que participam do projeto APIS no Curimataú/Seridó, destacam-se: Nova Floresta, Cuité, Picuí, Bananeiras, Araruna, Campo de Santana, Dona Inês, Solânea, Araruna, Remígio e Esperança.
Produto é rentável e preserva a natureza
De acordo com os apicultores, a criação de abelhas não é só um negócio rentável, mas um bom artifício na preservação do meio ambiente, contribuindo inclusive, na proliferação do pomar. Os biólogos garantem que os apiários instalados próximos às plantas que produzem flores, favorecerão uma produção do mel bem maior e de melhor qualidade por conta da quantidade de pólen sugado pelas abelhas.

Dependendo da região, uma colméia pode chegar a produzir mel até quatro vezes por ano. A Uruçu pode ter o mel produzido para fins medicinais e, se bem tratados e instalados, os enxames podem fabricar até mesmo 10 litros de mel/ano cada colméia, devendo-se levar em conta que um apiário pode ser formado pela quantidade de colméias que o produtor puder manter.

Em ambientes com variedade e quantidade excessiva de pólens as abelhas reduzirão as despesas dos produtores, porque terão os alimentos fornecidos pela própria natureza, embora o pólen também possa ser comprado em casas especializadas.

O mel produzido no Nordeste, incluindo a Paraíba, é considerado um dos melhores do mundo, tendo boa aceitação nos países europeus, segundo os pesquisadores. Dentro do país, o mel paraibano é o mais consumido no Sul e Sudeste. Infelizmente, o hábito de comer melado pelos paraibanos ainda é pouco, um costume que deveria ser seguido por causa dos nutrientes que o mel possui e que poderia servir como alimentação suporte para todas as pessoas. Uma das indicações seria inserir o produto no cardápio da merenda escolar

fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/cida-03-080106.html

Ameaça das lavouras é a “semente suicida”




Redação/O Estado do Paraná [10/01/2006]


As multinacionais de sementes transgênicas preparam a nova etapa da estratégia para a dominação da produção de grãos no país. É a introdução no Brasil da chamada “semente suicida”. A nova articulação em curso está embutida no projeto de Lei 5964/05 de autoria da deputada Kátia Abreu, da bancada ruralista do Tocantins, em tramitação na Câmara Federal, propondo autorizar a liberação da utilização da chamada “Tecnologia de Restrição de Uso Genético (TRUG)”, designação técnica para a “semente suicida”.

O agrônomo Marcelo Silva, especialista em transgênicos, explicou que a “semente suicida”, também conhecida como “terminator seed” é uma técnica de transgenia que permite a produção de sementes que geram plantas normais na aparência, que dão flores normais até o momento em que o grão se forma. “Nesta etapa, a planta mata o germe do grão. O agricultor colhe então um grão estéril”, disse.

O plano de dominação do mercado de grãos das multinacionais de sementes passa pela contaminação da produção de grãos do planeta, por plantas transgênicas e, em seguida, o controle global da comercialização de sementes através das chamadas “sementes suicidas”.

Com todas as áreas de produção agrícola contaminadas por plantas geneticamente modificadas, os agricultores somente poderão adquirir sementes transgênicas estéreis. E ficariam definitivamente na dependência destas multinacionais, já que as sementes crioulas deixariam de existir. Este é o alerta do economista Jean Marc Von Der Weid, integrante da Campanha Brasil Livre de Transgênicos.

Este tem sido o cenário que o governador Roberto Requião vem transmitindo aos agricultores paranaenses. Ele denuncia que o domínio da produção de sementes é a meta das empresas multinacionais, buscando o monopólio total dos alimentos agrícolas no planeta. E destaca: “o agricultor que tem apenas a terra, terá que pagar para nela plantar. Porque a cada safra terá que comprar novo lote de sementes, já que os grãos colhidos não germinarão. Este é o quadro diabólico que está sendo combatido por todos aqueles que tem a obrigação e o dever de preservar a soberania de nosso país, que passa obrigatoriamente pela defesa da independência de nossa agricultura, porque sem a produção suficiente de alimentos não há povo que consiga sobreviver”.

Dominação

Desenvolvida pela primeira vez pela empresa norte-americana Delta & Pine Land, a tecnologia Terminator - ou Tecnologia de Restrição de Uso Genético (TRUG), como preferem seus defensores - é um conjunto de técnicas que possibilita a criação de plantas transgênicas para produzir sementes que alcançam a maturidade uma única vez e depois não germinam mais se novamente plantadas. Isso é possível graças a um gen que é inserido artificialmente na estrutura da planta e depois ativado e desativado através da utilização de um indutor químico.

Já batizada pelos agricultores como “semente suicida”, a Terminator, na visão dos ambientalistas, significa um enorme passo para que as empresas de biotecnologia adquiram de vez o controle sobre o mercado mundial e anulem o direito dos trabalhadores de guardar as sementes que possuem para utilizar na safra seguinte.

“Essa tecnologia visa apenas a maximização dos lucros das empresas e criará entre os agricultores uma dependência total em relação ao mercado de sementes. Isso sem falar nos riscos trazidos à biodiversidade. A Terminator, na verdade, é uma semente genocida e não suicida”, afirma a pesquisadora mexicana Silvia Ribeiro, dirigente da ONG internacional Grupo ETC (Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração).(AEN)

fonte: http://www.parana-online.com.br/noticias/index.php?op=ver&id=183389&caderno=6

Agricultures podem receber apoio


O Ministério do Desenvolvimento Agrário está apoiando projetos de agricultura familiar para produção de plantas medicinais. A idéia é ampliar o uso de remédios feitos a partir de plantas nos hospitais públicos do país, além de garantir o sustento de agricultores familiares, a preservação do meio ambiente e o acesso da população a esses medicamentos. A consultora Divani de Souza, da Secretaria de Agricultura Familiar, explica como os agricultores familiares interessados no projeto podem procurar o Ministério do Desenvolvimento Agrário: "A proposta do MDA com plantas medicinais e fitoterápicos é para todo o Brasil. Os interessados podem procurar em seus estados as delegacias regionais do MDA ou entrar em contato com a Secretaria de Agricultura Familiar em Brasília pelo telefone (61) 2191 9860".

EXPERIÊNCIA EM GOIÁS
Como estímulo à produção de plantas medicinais, o Ministério do Desenvolvimento Agrário firmou convênio, no valor de R$ 170 mil, com o Centro de Tecnologia Agroecológica de Pequenos Agricultores (Agrotec), organização não-governamental sediada na cidade de Diorama, em Goiás, que já produz plantas medicinais e remédios. Com dez anos de experiência, a Agrotec trabalha no manejo sustentável de espécies da flora nativa, fauna silvestre e uso de energia renovável solar, eólica, e na produção de fitoterápicos com tecnologias desenvolvidas e adaptadas à propriedade rural familiar implantada no cerrado. De acordo com o presidente da Agrotec, Wanderley Castro, o projeto vai garantir medicamentos para a população de 19 cidades de Goiás, que serão comprados pelas prefeituras. "Vamos atender 19 municípios com população de 200 mil habitantes. Vamos produzir 36 fórmulas de medicamentos fitoterápicos para combater 22 doenças", informa.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MDA
Leia mais em: http://www.mda.gov.br

Agricultura apóia projeto de produção de fitoterápicos


BRASÍLIA - A Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) está apoiando financeiramente o projeto-piloto da Agroindústria de Fitoterápicos da Agricultura Familiar, do Centro de Tecnologia Agroecológica de Pequenos Agricultores (Agrotec), em município de Diorama, oeste de Goiás.

Por meio de convênio, assinado no final de dezembro de 2005, o MDA vai repassar R$ 170 mil à Agrotec. O projeto-piloto, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), tem o propósito de abastecer com medicamentos fitoterápicos o Sistema Único de Saúde (SUS) de 19 municípios do Oeste goiano.

Cerca de 200 mil habitantes serão beneficiados com 36 fórmulas desenvolvidas conforme a epidemiologia de 22 doenças de atenção básica e estratégica de saúde. Inicialmente, o projeto irá atender cerca de 43 mil pessoas, de quatro municípios.

A Agrotec é uma organização não-governamental com dez anos de experiência no manejo sustentável de espécies da flora nativa, fauna silvestre e uso de energia renovável solar, eólica, produção de fitoterápicos com tecnologias desenvolvidas e adaptadas à propriedade rural familiar no Cerrado.

O Centro de Estudos possui laboratório de produtos fitoterápicos, aparelhado para produzir 36 fórmulas de medicamentos a partir das plantas ali mesmo cultivadas e processadas pelos associados, de acordo com os padrões legais e científicos, mediante supervisão e acompanhamento de técnicos especializados, direcionadas ao atendimento da demanda de atenção básica de saúde pública regional.

Segundo a consultora da SAF/MDA na área de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Divani de Souza, a experiência de produção de fitoterápicos da Agrotec representa a “comprovação de que a agricultura familiar tem capacidade, competência e força para atender à sociedade brasileira na difícil tarefa de produzir medicamentos eficazes, com segurança e qualidade, além do baixo custo tão necessário à população”.

fonte: http://www.otempo.com.br/emtempo/economia/lerMateria/?idMateria=24585

Angola tem oito mil espécies de plantas



Angola possui aproximadamente oito mil espécies de plantas, segundo um relatório do Ministério do Ambiente, apresentado ontem, no seminário de capacitação de gestores ambientais.

O documento indica que existem também 275 espécies de grandes mamíferos, 26 de antílopes, 15 de morcegos frutívoros, 915 de avifauna e 63 espécies migrantes paleolítica e 16 consideradas endémicas.

No país, 158 espécies são consideradas aves errantes, 149 de anfíbios (das quais 19 são consideradas endémicas), 276 de répteis e 335 espécies de insectos.

No que tange às áreas protegidas, estão criadas 13, equivalentes a 6,6 por cento da superfície total do país, subdivididas em seis parques nacionais (Quissama, Kangandala, Bikuar, Iona, Kameia e Mupa), bem como quatro reservas parciais (Moçamedes, Mavinga, Luiana e Búfalo).

De igual modo, existem duas reservas naturais integrais (Luando e Ilhéu Pássaros) e um parque natural regional (Chimalavera). A situação melhorou com a criação de quatro coutadas de caça (Ambriz, Mucusso, Lwengue e Longa-Mavinga), no intuito de se regularizar as caçadas anárquicas.

Está estampado no documento, o elevado estado de degradação dos parques e reservas naturais, fruto da paralisação da administração dos mesmos no período de conflito armado e também da sua ocupação por populações em busca de melhores condições de subsistência.

Tais áreas sofrem com a prática da agricultura, caça e pesca, com a construção de residências, abate de árvores para obtenção de lenha e carvão, e com as queimadas descontroladas.

fonte: http://www.jornaldeangola.com/artigo.php?ID=43967&Seccao=geral

As plantas supervitaminadas




Universidade Federal de Uberlândia desenvolve alface e outros alimentos com mais vitaminas
Quarta-feira é o dia em que alunos e professores do Instituto de Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia - UFU -, no Triângulo Mineiro, distribuem gratuitamente para a população os “frutos” de suas pesquisas: sementes de uma alface supervitaminada e outras plantas ricas em vitaminas, mas pouco familiares aos mineiros, como a moringa, o yacón e o camucamu, que estão sendo estudadas com o apoio financeiro da FAPEMIG. “A nossa preocupação é a avitaminose - deficiência em vitamina - e as formas de combatê-la através da alimentação”, explica Cristina Soares de Souza, aluna de Mestrado em Agronomia.
Cristina trabalha no projeto da alface “Uberlândia 10 mil”, uma cultivar desenvolvida pelo Prof. Warwick Estevam Kerr (ver quadro), por meio do melhoramento genético clássico. Considerando que a alface é uma das dez hortaliças mais consumidas no Brasil e é a preferida pelas crianças, o Professor cruzou as cultivares “Moreninha de Uberlândia” e a “Vitória de Santo Antão” e conseguiu pela primeira vez na história da Agronomia, após oito anos de trabalho, uma espécie de alface com 10.200 unidades de vitamina A. Segundo os pesquisadores, uma alface comum possui entre 500 e 1.500 unidades de vitamina A. A “Moreninha de Uberlândia” tem uma quantidade maior - 4.500 unidades -, mas, até então, não se tinha notícia de uma cultivar de alface com mais de 10.000 unidades de vitamina A, o que justifica o sucesso e o nome da alface do Prof. Kerr: a “Uberlândia 10 mil”.

A caracterização genética da alface, também chamada de “impressão digital”, a seleção dos genes responsáveis pela produção da vitamina A e a definição do grau de resistência da “Uberlândia 10 mil” à septoriose - doença que causa considerável perda na produção da alface - são tarefas que estão sendo desenvolvidas por Cristina, sob a orientação do Prof. Kerr, que atualmente também preside o INPA - Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia -, em Manaus, e, por isso, orienta Cristina e outros dez alunos de Mestrado e Doutorado na UFU à distância. “Ele vem à Uberlândia uma vez por mês e fica em média quatro dias. Nos outros dias nós nos comunicamos por telefone ou pela Internet.” Cristina é co-orientada pelo Prof. Armando Takatsu, que faz parte do corpo docente da Universidade de Uberlândia.
Mais vitaminas naturais
Na busca por enriquecer a alimentação dos brasileiros, o Prof. Kerr orienta trabalhos de adaptação de plantas da região amazônica para o cerrado mineiro. Quando mostra o yacón, da família do girassol e original do Equador, o professor não esconde o prazer de ter introduzido em Uberlândia uma raiz com aparência de batata-doce, gosto de fruta e que, apesar de bem docinha, não contém açúcar e sim inulina (substância
orgânica de composição semelhante à do amido), o que é ideal para a alimentação dos diabéticos. O camucamu, que nasce nas margens do rio Amazonas e tem uma frutinha parecida com a jabuticaba, é um verdadeiro tesouro vitamínico. Segundo o Prof. Kerr, “é a planta que tem mais vitamina C entre todas descobertas até hoje, inclusive a acerola”. A polpa da fruta apresenta 3.200 mg de vitamina C por 100g , enquanto a acerola tem de 1.200 a 1.300 mg por 100g.

Já a folha da moringa, um arbusto que chega a cinco metros de altura, além de anticancerígena, contém uma dose elevada de vitamina A - 22 mil unidades em 100 g. Ele conta que ficou impressionado com o resultado obtido junto aos alunos de uma escola no interior de Minas Gerais a partir da introdução da folha da moringa na merenda escolar. Em apenas dois meses, o próprio professor teve a oportunidade de verificar uma visível mudança na aparência física do grupo de crianças, especialmente na pele e nos cabelos, acompanhado de significativo aumento na capacidade de aprendizado atestado pelas professoras. Com o apoio da FAPEMIG, CNPq e da própria UFU, o Prof. Kerr desenvolveu a adaptação da planta em solo mineiro e promoveu a distribuição de 500 mil sementes da planta para a população do Triângulo Mineiro.
O Instituto de Genética e Bioquímica da UFU
A integração é marca registrada no IGB da UFU, especialmente entre o Prof. Kerr e os “desorientados”, como ele chama carinhosamente os alunos sob a sua orientação. O departamento funciona a pleno vapor. Desenvolve atualmente 12 projetos de pesquisas nas linhas de Biologia Molecular, Estrutura e Função de Proteínas e Genética, Biologia e Melhoramento de Plantas e Animais, envolvendo 83 alunos na pós-graduação - 39 no mestrado, 25 no doutorado e 19 especiais, que cursam disciplinas isoladas e atuam nas pesquisas. O apoio da FAPEMIG é marcante tanto no desenvolvimento das pesquisas como na montagem e equipamento dos laboratórios, de acordo com a coordenadora da Pós-Graduação de Genética e Bioquímica, Prof.ª Ana Maria Bonetti.

Sementes da moringa
Warick Kerr - O Cientista que materializa sonhos
O Prof. Warwick Estevam Kerr é, sem dúvida, um dos maiores cientistas do Brasil e do mundo. Além das dezenas de títulos nacionais e das centenas de publicações em revistas científicas internacionais, foi o primeiro pesquisador a ser admitido como membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, e único até o ano passado, quando o cientista gaúcho Francisco Salzano também foi integrado. Foi o primeiro presidente da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - e hoje é presidente de honra da instituição.
Aos 78 anos de idade, o pesquisador Kerr conta que sua paixão pelas abelhas começou aos oito anos de idade, quando ganhou do pai uma colméia de abelhas Mandassaia. “Eu ainda nem sabia ler, mas já pensava pra burro”, relembra Warwick Kerr. Entre a curiosidade de criança e o desenvolvimento da pesquisa em genética, o cientista foi o responsável pelo salto do Brasil no ranking mundial da produção de mel. Da 27.ª posição, o país passou a ocupar a 4.ª, perdendo apenas para a Rússia, China e Estados Unidos. Em sua homenagem, existem no Brasil quatro espécies de abelhas kerri (kerri = de Kerr), além da orquídea Cattleya kerri.
“Sou agrônomo. Me preocupo com comida”, diz o Prof. Kerr, que, além do trabalho com as abelhas, está sempre atento à quantidade de vitaminas na alimentação dos brasileiros, especialmente das crianças. Atualmente, como pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia, desenvolve novos cultivares como a alface “Uberlândia 10 mil”, e se dedica também à adaptação de plantas com alto teor vitamínico trazidas de outras regiões para o solo mineiro. Trabalho que ele acumula com as funções de presidente do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, que, ao contrário do que se pode supor, não representa uma sobrecarga. Ele consegue atuar bem nos dois locais e fazer um intercâmbio com o que tem de melhor em cada um.

Mudas de camucamu
Se ele mesmo resolvesse ser o “garoto-propaganda” dos resultados das suas pesquisas, facilmente faria com que adultos e crianças se rendessem aos efeitos das vitaminas nos alimentos. A aparência dele é invejável para qualquer homem da sua idade. A vitalidade e o bom humor extrapolam os limites da sua personalidade e aglutinam pessoas de todas as idades em sua volta, estimulando-as não apenas para o trabalho, mas principalmente para a vida.
Disposição e entusiasmo é o que nunca faltou na vida do professor. Começou “do zero”, como ele diz, por sete vezes. Obstinado, ele já plantou “sementes” em diversas partes do país. Sementes com duplo sentido. Com muita coragem, há mais de 40 anos, ele vem fundando e fixando cursos de graduação e pós-graduação, alguns em locais onde poucas pessoas ousariam fazê-lo. A característica é sempre a mesma: inicia com o objetivo de fazer o melhor. E tem dado certo. Assim foi em Rio Claro, em 1958, quando foi convidado a implantar o curso de Biologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Em 1962, foi a vez de aceitar o segundo desafio começando do zero: a criação da Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo -, hoje a maior agência estadual de fomento à pesquisa do país, que em 1999 investiu mais de R$ 540 milhões no financiamento de projetos em todas as áreas da Ciência e da Tecnologia, tem repercussão internacional e é reconhecida como modelo para as fundações similares de todos os estados. “Trabalhei como um doido durante três anos entre São Paulo e Rio Claro, porém com a sensação permanente de que estava sendo útil”, conta o professor.
No final de 1964, mudou-se para Ribeirão Preto com a finalidade de chefiar o novo Departamento de Genética da Faculdade de Medicina. Naquela época, foi preso pela segunda vez por protestar contra a tortura policial - a primeira foi em Rio Claro, em 1961, pelo mesmo motivo. Obstinado pela pesquisa, pela sua difusão e, principalmente, pela sua utilização em benefício de todas as pessoas, além, é claro, da formação de novos quadros de doutores e mestres, o cientista sempre refletiu sobre a sua postura perante o conhecimento. No auge da ditadura muitos pesquisadores pararam de produzir, temerosos de que a produção fosse computada como realização do Estado ditatorial. O Prof. Kerr, longe de compactuar com a ditadura, jamais parou de produzir, porque acreditava e acredita que, independente da situação política do país, não se pode parar de produzir pesquisas, sob pena de aumentar o desemprego, a fome, a miséria e o sofrimento.

Warwick Kerr
Foi em março de 1975 que pela primeira vez foi dirigir o INPA, a convite do então presidente do CNPq, José Dion de Melo Teles, onde permaneceu até 1979. Quando recebeu a missão de transformar o instituto em um grande centro de pesquisas, a instituição contava com o trabalho de apenas dois doutores e dois mestres. Quatro anos depois, deixou o INPA com 60 doutores, 52 mestres e 230 pesquisadores.
Em 1981, se aposentou e resolveu atuar no estado mais pobre do Brasil. Consultou levantamentos do IBGE e partiu para o Maranhão, onde começou do zero pela quinta vez. Como professor visitante da UFMA - Universidade Federal do Maranhão - recebeu a incumbência de organizar um curso de Biologia. As condições não eram das melhores. Ele conta que a sua primeira cadeira na universidade era um toco de eucalipto e a mesa, outro toco. Sete anos depois, o curso já era considerado um dos mais conceituados do país. Ainda no Maranhão, em 1987, a sexta missão que iniciou, segundo o professor, não do zero, mas “das ruínas”. Como reitor da Universidade Estadual do Maranhão, recebeu a instituição com uma dívida milionária, estrutura física completamente depredada, sem equipamentos e um quadro de desânimo total entre os professores, funcionários e alunos. Em pouco tempo conseguiu revitalizar a universidade em todos os aspectos, pagar as dívidas, recuperar os salários e a auto-estima da comunidade, implantar atividades científicas e de extensão, além de um programa de produção de sementes hortícolas para sanar a principal deficiência alimentar do estado: a vitamina A.
Missão cumprida no Maranhão. Agora era a vez da sua mulher, dona Lygia, escolher onde morar. Desde o casamento, em 1946, ela acompanhou e apoiou o professor em todas as conquistas profissionais. Para ela, o clima do Nordeste é muito quente. Com convites de 11 universidades, a escolha foi para a de Uberlândia, para onde se mudaram em 1988. Há menos de um ano, novo convite para dirigir o INPA. É claro, o Professor Kerr aceitou.
Em todos estes anos de missões administrativas, em nenhum momento, o Professor Kerr interrompeu suas pesquisas, sempre atento ao potencial que a natureza oferece, em especial com as plantas e abelhas.
Alguns alunos seguem o caminho há anos trilhado pelo mestre e se dedicam às abelhas, como é o caso do jovem biólogo Alexandre Coletto da Silva, estudante da pós-graduação, que está pesquisando e documentando os sistemas nervoso e reprodutor das abelhas indígenas brasileiras sem ferrão (aparelho ferroador atrofiado sem glândulas de produção de veneno), com o objetivo de desenvolver uma técnica para inseminação instrumental que resultará no melhoramento genético das espécies, no manejo racional e na ampliação dos conhecimentos em neurobiologia e biologia reprodutiva dessas abelhas. Outro que também fez a opção pelas abelhas é o estudante de graduação em Ciências Biológicas, Cláudio Franco Muniz, que desenvolveu um sistema eletrônico-computacional para o registro das atividades diárias de vôo das abelhas, o horário e as condições climáticas em que elas saem da colméia. O objetivo é estudar o comportamento das abelhas em resposta às variações do clima e avaliar a adaptação das colônias ao meio ambiente em que estão inseridas. Estudos como estes podem parecer um detalhe, mas é o conjunto dessas pesquisas que fazem do Brasil um dos maiores produtores de mel do mundo.
Links interessantes:
www.ufu.br
www.inpa.gov.br

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO




As Unidades de Conservação são áreas que têm por objetivo manter os recursos naturais em seu estado original, para benefício das gerações atuais e futuras. Têm importância fundamental na conservação da biodiversidade (diversidade de animais, plantas e ecossistemas). As Unidades de Conservação estão divididas em dois grupos:
1 - Unidades de Conservação de uso indireto: são as de proteção integral onde estão totalmente restringidos a exploração ou o aproveitamento dos recursos naturais e as modificações ambientais excetuando-se as medidas de recuperação de ecossistemas alterados, do equilíbrio natural, da diversidade biológica e dos processos naturais. Em todas são permitidas pesquisas científicas, desde que autorizadas pelo órgão responsável pela sua administração. Entre elas, podemos citar: Parques Nacionais, reservas Biológicas e Estações Ecológicas.
2 - Unidades de Conservação de uso direto: aquelas nas quais a exploração e o aproveitamento econômico direto são permitidos, mas de forma planejada e regulamentada. São de manejo sustentado onde as alterações devem limitar-se a um nível compatível com a sobrevivência permanente de comunidades animais e vegetais. Como exemplo, podemos citar: Áreas de Proteção Ambiental, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas.
Alguns problemas enfrentados pelas Unidades de Conservação são: turismo predatório, conseqüências do crescimento e desenvolvimento da civilização urbano industrial, como poluição em todas as suas formas, efeitos de borda, ocupação de áreas proibidas, introdução de espécies animais e vegetais, extrativismo vegetal e animal.
Fonte: Marco Conceitual das Unidades de Conservação Federais do Brasil, IBAMA.

7.9.08

Vassourinha doce




Nome Científico: Scoparia Dulcis
Outros Nomes: vassourinha, vassourinha-doce, vassourinha-cheirosa, vassourinha-mofina, vassourinha tupiçaba, vassourinha-miúda, vassourinha-de-botão, tapixaba, tupixava, tupiçaba, tapeiçaba.
Descrição:
A origem do nome vem do latim "scopa", vassoura (pelo uso da planta), e dulcis, doce.
Planta nativa na América Tropical, a vassourinha-doce (Scoparia dulcis) hoje com larga distribuição no mundo. No Brasil ocorre na maior parte do território, mas raramente aparece em grandes concentrações, sendo infestante em pastagens e culturas, especialmente perenes como a do café.
É uma planta herbácea anual, reproduzida por semente, de base sublenhosa, ereta com até 80 cm de altura, muito ramificada com ramos ascendentes, numa estrutura que permite seu uso como "vassoura". Folhas curto-pecioladas, opostas ou verticiladas, limbo membranáceo, lanceolado, linear-lanceolado ou oval-lanceolado, com margens denteadas. Inflorescência axilar, com abundantes flores pediceladas de coloração verde com cálice apresentando 4 sépalas e pétalas brancas ou azuladas que são seguidas por cápsulas de frutos de coloração pardo-amarelada.
No passado usavam-se feixes de ramos amarrados para varrer casas no interior.
Propriedades Medicinais
É usada na farmacopéia popular com diversas indicações. A planta tem realmente propriedades emolientes, sendo sucedânea das malvas, e também lhe são atribuídas propriedades béquicas e antifebris.
Na homeopatia preparam-se medicamentos com essa planta contra o catarro dos pulmões, febres e dores de ouvido.
Planta toda, por infusão: Emoliente, peitoral, bronquite, catarros, regulariza a menstruação.
Composição:
A planta encerra um composto denominado amelina, que tem mostrado eficácia no tratamento de certos tipos de diabetes. Uma dose de 15-20mg diários de amelina podem determinar um lento e progressivo abaixamento do nível de glicose no sangue, conforme experimento clínico efetuado em 1945. A amelina é extraída das folhas por infusão.

Fontes:

Recuperação ou reflorestamento de áreas degradadas





Existem duas maneiras de se recuperar áreas desmatadas no passado, sejam áreas de preservação permanente, reservas legais ou outras áreas.
Regeneração espontânea
É a maneira mais fácil e barata. Basta deixar a natureza agir sozinha, ou seja, parar de praticar agricultura ou pecuária nestas áreas para que aconteça a regeneração espontânea e natural da floresta. Isto só será possível se a terra não estiver muito degradada, se existirem dispersores de sementes, e se nas proximidades existirem remanescentes florestais que possam fornecer sementes. Neste caso, em pouco tempo surgirá uma capoeira, que em alguns anos se transformará numa floresta. Nas pastagens o ideal é cercar a área, deixando apenas um pequeno caminho para os animais chegarem até a água.

Apesar de mais barata e fácil, a regeneração espontânea apresenta algumas limitações em relação aos reflorestamentos, cabendo citar a menor diversidade de espécies de árvores, gerada pelo grande número de exemplares de espécies pioneiras competindo entre si por espaço e luz, o que dificulta o desenvolvimento do conjunto florestal.
Reflorestamento com espécies nativas
Pode-se também ajudar a natureza com o plantio de mudas de espécies nativas. Fazer o reflorestamento aumenta um pouco o custo mas o resultado é muito mais rápido. O que a natureza sozinha faz em 40 anos, pode ser feito em 10 anos com o reflorestamento. O ideal é plantar apenas espécies nativas da própria região, fazendo uma mistura de espécies de crescimento rápido (pioneiras) e espécies de crescimento mais lento (secundárias e climácicas). Quanto maior o número de espécies plantadas, melhor, pois aumenta a biodiversidade e proporciona maiores condições para se chegar novamente a restaurar os aspectos e características originais da floresta.

Uma análise comparativa do crescimento das árvores plantadas e da biodiversidade em áreas reflorestadas em relação a áreas em regeneração natural espontânea, indica que através do reflorestamento com espécies nativas pode-se adiantar o período de regeneração de uma floresta em pelo menos 30 anos. Comparando uma área reflorestada com 15 anos, constatou-se que havia maior número de espécies e maior volume de madeira do que numa área em regeneração espontânea com 44 anos de idade, apesar do número de indivíduos na área em regeneração espontânea ser significativamente maior. Isto mostra que o reflorestamento pode contribuir para aumentar a biodiversidade e também o ritmo de crescimento das árvores (SCHÄFFER & PROCHNOW, 2002)


Passo a passo
E aqui o passo a passo do reflorestamento de áreas de preservação permanente, reservas legais e outras áreas degradadas.

Para recuperar áreas através do reflorestamento é importante observar os seguintes passos:

1 - Demarcar a área a ser reflorestada e isolá-la de animais, quando estiver no meio de pastagens;
2 - Escolher espécies adaptadas à região do plantio;
3 - Observar o clima, o solo e usos anteriores da terra, para ver se é necessário aplicar fertilizantes para facilitar o crescimento das mudas plantadas;
4 - Utilizar em torno de 50% de espécies pioneiras, aproveitando suas características de rápido crescimento para fazer sombra para as espécies climácicas; 5 - Privilegiar o uso de árvores frutíferas, com o objetivo atrair a fauna;
6 - Diversificar ao máximo as espécies plantadas, para chegar o mais próximo possível do ambiente natural;
7 - Quando possível, plantar em linha e colocar estacas, para facilitar futuros trabalhos de manutenção das mudas plantadas;
8 - Escolher o espaçamento entre plantas (2 x 2, 3 x 2, 3 x 3 ou 4 x 4), em função dos custos e do prazo em que se espera recuperar a área. Espaçamentos menores dão resultados imediatos, mas o custo de implantação é maior;
9 - Proceder o replantio das mudas mortas;
10 - Realizar limpezas de manutenção (roçadas e coroamento) até o 3o ano após o início do plantio.


O enriquecimento de florestas secundárias
Enriquecer florestas secundárias é aumentar, através do plantio, a quantidade de espécies de árvores e outras plantas em determinada área, contribuindo para o incremento da biodiversidade e para a aceleração na regeneração da floresta.

Enriquecer florestas secundárias não significa necessariamente, trazer retorno econômico para os proprietários das áreas. É certo que os proprietários terão inúmeras vantagens ao fazer o enriquecimento de suas florestas secundárias, mas o lucro ou o retorno econômico, depende muito do grau de degradação ou do estágio de regeneração em que se encontra a floresta, das condições de solo, do clima local e das espécies utilizadas. Em muitos casos não haverá lucro financeiro imediato.

O envolvimento direto e a participação dos proprietários de terras no trabalho de enriquecimento das florestas secundárias é fundamental para que eles adquiram conhecimentos sobre as espécies que podem gerar retorno econômico no futuro, sobre aspectos da legislação ambiental, sobre a importância e o valor das florestas e sobre a forma que estas podem ser integradas às demais atividades econômicas da propriedade, desde que manejadas de forma sustentável.

Antes de iniciar o enriquecimento de uma floresta secundária é importante avaliar a situação e o estágio em que se encontra a floresta, para a escolha do método de enriquecimento a ser adotado. A avaliação prévia também vai indicar se será ou não necessário intervir na floresta através do manejo ou corte seletivo de algumas espécies. O manejo, neste caso, é o trabalho preliminar, que vai preparar a floresta secundária para ser enriquecida.


Como enriquecer
Existem várias formas de enriquecer as florestas secundárias. A escolha da forma adequada a cada situação depende:

a) do grau de degradação e do estágio de regeneração em que se encontra a floresta secundária;
b) dos recursos humanos e financeiros disponíveis;
b) do período desejado para obtenção de retorno econômico;
c) da necessidade de obtenção de subprodutos como lenha e madeira para uso na propriedade;
d) da intenção de uso futuro da área para manejo sustentável ou apenas para recomposição e preservação da biodiversidade.

É importante ressaltar que a escolha do método a ser adotado implica na maior ou menor necessidade de recursos humanos e financeiros e poderá influenciar diretamente o ritmo de crescimento das espécies já existentes e das plantadas. Na maioria dos casos, para fazer o enriquecimento é necessário realizar manejo, através do corte seletivo de determinadas espécies arbóreas que ocorrem com grande freqüência. Também é necessário manejar os cipós, taquaras e capins que geralmente ocorrem em grande quantidade nas formações secundárias.

O corte seletivo de algumas espécies possibilita maior incidência de luz no interior da floresta, diminui a competição entre as plantas, dando condições para as árvores existentes e as plantadas se desenvolvam melhor. No corte seletivo devem sempre ser preservados os melhores exemplares de cada espécie, com o objetivo de garantir maior volume e melhor qualidade das árvores para futuros usos.

Com o corte seletivo de árvores pioneiras podem ser obtidos subprodutos como lenha e madeira. Em capoeirões com idade entre 15 e 35 anos obtém-se em média 60mst de lenha por hectare. Essa quantidade varia de região para região e também depende das espécies existentes na área sob manejo. Os subprodutos florestais, tais como a madeira proveniente de árvores mortas e caídas e a lenha proveniente do corte seletivo de espécies pioneiras, podem ser utilizados para consumo na propriedade. Isto proporciona renda indireta aos proprietários, que não precisam comprar estes produtos.