7.9.08

LIXO NA CIDADE DE SÃO PAULO




CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO DO LIXO SELETIVO

A terminologia COLETA SELETIVA define o critério aplicado à coleta do lixo, de forma a captar frações definidas do mesmo, segregados pelo gerador conforme esses critérios.
Há uma série de frações presentes no lixo urbano que podem merecer uma coleta seletiva.
A fração orgânica por ser a maior parcela presente em nosso lixo, em geral mais de 60% em peso, poderia merecer uma coleta separada, porém haveria de ser com freqüência menor que a atual coleta de resíduos brutos (por exemplo: uma vez por semana como em outros países).
A fração de inertes (cerca de 30% em peso de todos os resíduos na cidade gerados na cidade) merece especial atenção para a sua coleta em separado de modo a permitir seu reaproveitamento.
Os “recicláveis” papel, vidro, metais e plásticos, representam também perto de 30% em peso de lixo bruto, exigindo portanto uma atenção especial face ao seu potencial de minimização. Em vários países, o termo “Coleta Seletiva” é aplicado, prioritariamente, a esta fração, sendo que a gestão de uma coleta para estes materiais é muito complexa pelo fato de atingir a população como um todo, como geradora de resíduos pós consumo.
Os bagulhos são resíduos de dimensões maiores e muito inconvenientes para manuseio e disposição. A sua geração é muito oscilante e deve merecer um esquema próprio e específico, para proteger os demais sistemas de coleta de serem prejudicados com estes materiais inadequados. Operações de freqüência pré-estabelecida devem resolver a problemática de coleta e disposição desta fração.
Coleta seletiva de resíduos tóxicos como pilhas, lâmpadas a mercúrio, resto de tintas, remédios etc., é relativamente simples para ser implantada face à baixa tonelagem que estes resíduos representam. A importância deste tipo de coleta reside na captação destas matérias de forma disciplinada evitando a sua disseminação e reduzindo a contaminação das frações do composto produzido.
Atualmente são coletadas cerca de 230 toneladas por mês, aproximadamente, 10 toneladas por dia: 75% proveniente da coleta seletiva domiciliar, 15% dos PEVs e 10% de doações.
O lixo proveniente da coleta seletiva domiciliar apresenta um peso especifico médio em torno de 0,08 toneladas/m3 (cerca de três vezes mais leve ou volumoso que o lixo comum) e a seguinte composição média em peso:
• papel + papelão = 50%
• plástico duro = 5%
• plástico firme = 2%
• vidro =13%
• metais ferrosos = 9%
• metais não ferrosos = 1%
• rejeitos = 20%

PRINCIPAIS CONTAMINANTES
a) Organo-halogenados
b) Cianetos
c) Metais pesados
d) Ácidos
e) Óleos
f) PCB’s
g) Fenóis
h) Solventes

TIPOS DE RESÍDUOS

Como classificar o lixo?
São várias as formas possíveis de se classificar o lixo.
• por sua natureza física: seco e molhado;
• por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;
• pelos riscos potenciais ou meio ambiente: perigosos, não-inertes (NBR-100004).
Normalmente, os resíduos são definidos segundo sua origem e classificados de acordo com o seu risco em relação ao homem e ao meio ambiente em resíduos urbanos e resíduos especiais.
Os resíduos urbanos, também conhecidos como lixo doméstico, são aqueles gerados nas residências, no comércio ou em outras atividades desenvolvidas nas cidades. Incluem-se neles os resíduos dos logradouros públicos, como ruas e praças, denominado lixo de varrição ou público. Nestes resíduos encontram-se: papel, papelão, vidro, latas, plásticos, trapos, folhas, galhos e terra, restos de alimentos, madeira e todos os outros detritos apresentados à coleta nas portas das casas pelos habitantes das cidades ou lançados nas ruas.
Os resíduos especiais são aqueles gerados em indústrias ou em serviços de saúde, como hospitais, ambulatórios, farmácias, clínicas que, pelo perigo que representam à saúde pública e ao meio ambiente, exigem maiores cuidados no seu acondicionamento, transporte, tratamento e destino final. Também se incluem nesta categoria os materiais radioativos, alimentos ou medicamentos com data vencida ou deteriorados, resíduos de matadouros, inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e dos restos de embalagem de inseticida e herbicida empregados na área rural.
De acordo com a norma NBR-10 004 da ABTN -- Associação Brasileira de Normas Técnicas --, estes resíduos são classificados em:
Classe I - Perigosos: são os que apresentam riscos ao meio ambiente e exigem tratamento e disposição especiais, ou que apresentam riscos à saúde pública.
Classe II - Não-Inertes: são basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe III - Inertes: são os resíduos que não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo, são resíduos como restos de construção, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
Os resíduos compreendidos nas Classes II e III podem ser incinerados ou dispostos em aterros sanitários, desde que preparados para tal fim e que estejam submetidos aos controles e monitoramento ambientais. Os resíduos Classe I - Perigosos, somente podem ser dispostos em aterros construídos especialmente para tais resíduos, ou devem ser queimados em incineradores especiais. Nesta classe, inserem-se os resíduos da área rural, basicamente, as embalagens de pesticidas ou de herbicidas e os resíduos gerados em indústrias químicas e farmacêuticas.
Uma outra classificação dos resíduos pela origem, pode ser também apresentada: o lixo domiciliar, comercial, de varrição e feiras livres, serviços de saúde e hospitalares; portos, aeroportos e terminais ferro e rodoviários, industriais, agrícolas e entulhos.
A descrição destes tipos é apresentada na sequência e a responsabilidade pelo seu gerenciamento é apresentada na Tabela a seguir.
Domiciliar
Aquele originado da vida diária das residências, constituído por setores de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos.
Comercial
Aquele originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc.
O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como, papel toalha, papel higiênico etc.
Público
São aqueles originados dos serviços:
• de limpeza pública urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc.;
• de limpeza de áreas de feiras livres, constituídos por restos vegetais diversos, embalagens etc.
Serviços de saúde e hospitalar
Constituem os resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc. São agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X etc.
Resíduos assépticos destes locais, constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de limpezas gerais (pós, cinzas etc.), e outros materiais que não entram em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos anteriormente descritos, são considerados como domiciliares.
Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários
Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países.
Também neste caso, os resíduos assépticos destes locais são considerados como domiciliares.
Industrial
Aquele originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como, metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia etc.
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas etc. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico.
Agrícola
Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc.
Em várias regiões do mundo, estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva.
Também as embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final e, por vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante destes produtos.
Entulho
Resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações etc. O entulho é, geralmente, um material inerte, passível de reaproveitamento.
Obs.: (*) a Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg ou 100 lts), e de acordo com a legislação municipal específica - art 3º da lei 10.315/87.

ATERRO
Aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente, lixo domiciliar que fundamentado em “critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública”; ou, “forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais”.
O Aterro Sanitário acaba sendo o destino final de todos os rejeitos provenientes dos vários processos de tratamento dos resíduos sólidos da nossa cidade de São Paulo.
Entretanto, hoje, os Aterros Sanitários recebem aproximadamente 16.000 toneladas por dia de lixo domiciliar, praticamente bruto, que contribui para que sua vida útil se esgote de maneira muito rápida.
O Aterro Sanitário é considerado uma obra de engenharia. Sua vida útil é determinada por vários condicionantes, tendo como principais, a área de implantação, o relevo e o material a ser depositado.
Em função da área apresentada, é possível estimar o volume de lixo que poderá ser recebido pelo Aterro Sanitário. A geometria de um aterro depende do relevo da região, e os mais comuns são os de conformação piramidal e os que tem encostas como limite.

Caso a limitação seja encosta, uma ou mais delas poderão ser utilizadas para apararmos o lixo e como conseqüência, aumentarmos o volume do aterro sanitário.
Infelizmente, a cidade de São Paulo, devido a expansão urbana e as exigências ambientais, está com falta de área para novos aterros . Atualmente, os que estão em funcionamento, considerando as expansões já previstas, têm vida útil estimada em, no máximo, mais três anos e meio, se for mantida a mesma tonelagem diária de lixo recebida hoje.

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