12.7.08

Angico

Nome Científico: Anadenanthera colubrina.
Nomes Populares: Angico, angico-vermelho, angico-preto, angico-do-campo, curupaí, angico-de casca, açácia-angico e Angico branco (Anadenanthera colubrina; Piptadenia colubrina). Também chamada Cambuí em alguns locais.

Descrição: Espécie de grande porte, porém de copa larga, nos meses de Setembro a Outubro, após perder as folhas, fica coberta de flores brancas. Os nomes Angico vermelho e Angico branco se confundem um pouco, dependendo da região. Esta arvore é considerada uma das melhores madeiras para construção, em especial civil e naval. É usada para confeccionar dormentes, empregada na carpintaria, marcenaria e também para a produção de lenha e carvão. Devido à riqueza em tanino, a casca foi muito empregada nos curtumes, quando a planta era encontrada em abundancia. Diversas árvores, todas do mesmo gênero, são popularmente conhecidas no Brasil como angico, e tem o reconhecimento popular, quanto às suas propriedades terapêuticas.
Ocorrência Geográfica: Do Maranhão até São Paulo, principalmente no Nordeste, estende-se por Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Árvore característica das capoeiras e florestas secundárias. Bastante freqüente nos cerrados e matas de galerias no Brasil Central.
Propriedades Medicinais:
Parte Empregada: Casca e Goma.
É um excelente obstipante, diaforético e febrífugo. A decocção de sua casca é empregada no combate de diarréias, disenterias e anginas. Antigamente sua goma era dissolvida em água morna adicionada de açúcar, para ser ingerida nos casos de tosse, bronquite e outras afecções das vias respiratórias.
Adstringente; hemostática; béquica; antitérmica; depurativa; emoliente; peitoral; antifúngica.
Como usar:
Feridas e Cortes: Tintura. 200 g de casca para 1 litro de álcool 70º, usado externamente quando necessário.
Bronquite e tosse: Infusão com 8 g de casca de angico para 200 ml de água fervendo. Tomar uma xícara, 3 vezes ao dia. Xarope: 50 g de casca de angico para 600 ml de água fervendo. Coar e fazer xarope com açúcar escuro e rapadura. Tomar uma colher de sopa para adulto ou uma colher de chá para crianças acima de 2 anos , e vezes ao dia.
Bronquites: Infusão com 8 g de goma para 250 ml de água morna , adoçada com açúcar ou mel. Tomar uma colher de sopa para adulto ou uma colher de chá para crianças acima de 2 anos, 3 vezes ao dia.
O chá também pode ser tomado contra diarréias ou desinterias.

Cultivo
O angico e as demais espécies do gênero são geralmente encontradas em terras de inferior qualidade. Podem ser cultivadas em várias áreas desde o Maranhão até a Argentina. Desenvolve bem em regiões de mata; cerrado e caatinga, Vegeta em terra secas, com crescimento rápido. Vegeta tanto em terrenos arenosos como argilosos, tendo preferência por terrenos altos e bem drenados. O desenvolvimento das mudas é rápido. Pode-se usar como ornamental e na arborização de parques e jardins.
Toxidade: Nós aprendemos com o povo, que as folhas murchas do angico são tóxicas para o gado e que, inclusive, são utilizadas como defensivo natural, mas desconhecemos o principio ativo que provoca a intoxicação. Segundo Barbosa, através de testes fitoquímicos, confirmou-se que a espécie Anadenanthera macrocarpa, apresentava alcalóides em sua composição. A espécie A. peregrina, comum na Amazônia, conhecida vulgarmente como paricá e semelhante à A. macrocarpa, é usada pelos índios que utilizam as sementes torradas reduzidas a pó, como rapé estupefaciente. Esta planta possui em suas sementes o alcalóide bufotenina, semelhante a psilocibina do psilocibes mexicana, cogumelo alucinógeno. A espécie A. colubrina, era usada da mesma forma pelos índios da Argentina e do Peru nos tempos pré-coloniais. Em 1955, Evarts e seus colaboradores assim descreveram os efeitos da Bufotenina (Dimetil-amino-5-hidroxitriptamina ou DMT):
a) Produz efeitos policrômicos, alucinógenos (cores muito brilhantes), semelhantes aos que produzem com o LOSD-25, talvez com maior duração;
b) Causa alterações muito marcadas de lapso de tempo, percepção com tendência ao automatismo muito maior que a provocada pela mesclina;
c) Como se sabe, além de alucinações o alcalóide produz psicose, cianosis, respiração ansiosa, parestesia, midriases e nistagmus.
Composição Química:
Folhas: esteróides; alcalóides; flavóides; tapinos.
Caule: esteróides; flavonóides; taninos.

Um comentário:

Luis Sampaio disse...

Muito bom!!
Mas poderia citar o ano e a publicacao de "Barbosa" e "Evarts et co" ??
Obrigado.