Nome Científico: Manihot sp (Mandioca Brava)
Descrição:
A mandioca é uma raiz amidosa, muito volumosa usada para fazer um especial tipo de farinha (veja a foto).
Esta raiz possui um forte veneno, cianide que precisa ser eliminado durante a preparação da farinha. Isto é feito durante o cozimento ou fermentação da raiz. A massa obtida é tostada e está pronta para armazenagem.
Seu período de safra vai de Janeiro a Julho.
Há cerca de 1.200 variedades de mandioca no País, classificadas entre as categorias brava e mansa, de acordo com o teor de ácido cianídrico.
Propriedades:
Que os principais derivados da mandioca são a fécula (amido) e a farinha, quase todos sabem, mas que estes derivados são usados na indústria alimentícia (e em várias linhas), de cosmético, farmacêutica, prospecção de petróleo, de fundições e na aviação, inclusive pela Nasa (a agência espacial americana), é novidade para muitos.
Culinária:
A mandioca é energética, contem vitaminas do complexo B, Niacina, Fósforo, Cálcio e Ferro.
Conserva-se apenas por dois dias.
100g fornece 149 calorias.
A farinha da mandioca faz parte da comida diária dos nativos da Amazônia, e é usada só ou acompanhada de arroz, batata, milho, e como acompanhamento para peixe, carne ou feijão.
Além da raiz, das folhas e da rama, que são comestíveis, pode-se extrair da mandioca o álcool e derivados, ou destiná-la à ração de animais.
* A manipueira tem o nome de tucupi depois de preparada e fervida adequadamente para remover o ácido cianídrico, é muito utilizada nas comidas típicas do Pará e da região amazônica. As mais conhecidas são: pato-no-tucupi, tacacá, peixe no tucupi, paca no tucupi, caranguejo no tucupi...
Aliás, dizem os parauaras que até pedra no tucupi fica saborosa.
Industrial: A novidade, agora, é na utilização da manipueira - resíduo líquido gerado na prensagem da mandioca, com alto teor de toxicidade, geralmente despejado nos rios e no solo -, que começa a ganhar novos tipos de aplicações, compondo a ultrapassagem da última fronteira para o aproveitamento total da mandioca. Uma dessas superações de limite foi descoberta pelas pesquisadoras Gláucia Maria Pastore e Gisele Nobre, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA). Autoras da patente "Produção de Biossurfactantes Utilizando Manipueira como Substrato", as duas descobriram um processo para aproveitar a água derivada da prensagem de mandioca na produção de biossurfactantes. O processo é inovador, no aproveitamento da água derivada da prensagem de mandioca na produção de biossurfactantes que permitem, entre diversas aplicações, o refino de petróleo. Segundo pesquisadoras, a técnica tira do meio ambiente um resíduo incômodo para a indústria de mandioca, que não dispõe de local apropriado para o descarte das sobras. A Unicamp divulgou em dezembro do ano passado, em seu site (www.unicamp.br), que as pesquisas demonstraram que os biossurfactantes alcançam níveis de 80% no refino do petróleo incorporado em areia, além de enorme potencial para a indústria alimentícia e de fármacos.
As pesquisadoras esclarecem que a capacidade do microorganismo Bacillus subtilis de produzir a substância denominada surfactina - um detergente degradável - já era mencionada na literatura. "A novidade foi conseguir desencadear um processo que originasse o biossurfactante, subproduto metabólico de bactérias, fungos e leveduras, através de um meio de cultura insólito, no caso, a manipueira". No estudo das duas pesquisadoras, a substância junta homogeneamente o petróleo na água e liga quimicamente com as moléculas de petróleo, realizando a sua degradação. Com isso, a indústria petroquímica ganha um importante aliado no refino do óleo em poços profundos.
"É visível o poder de absorção do biossurfactante obtido com a manipueira em relação aos produtos tradicionais. Com esse resultado será possível auxiliar, inclusive, em situações como vazamentos de petróleo no mar, limpando as regiões afetadas", explica Gláucia.
Medicinais: Também, há sinais de que ação contra o desenvolvimento de células cancerígenas e esperança no tratamento de tumores, embora os estudos precisem ser aprofundados.
DEFENSIVO NATURAL - As novas aplicações da manipueira envolvem, também, seu caráter inseticida. Segundo o pesquisador José Júlio da Ponte, professor emérito do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidente da Academia Cearence de Ciências (Aceci), a substância funciona como nematicida (contra organismos que atacam raízes), inseticida, fungicida, acaricida e bactericida.
Além de ser um defensivo natural, testes com o líquido mostraram a presença de micro e macronutrientes para a planta, como ferro, cobre, zinco, fósforo, potássio e cálcio. Ou seja, elimina-se dois problemas com um único produto. De acordo com Júlio da Ponte, que há 20 anos dedica pesquisas ao composto, cada três a quatro quilos de mandioca fornecem um litro de manipueira. O produto pode ser usado em qualquer cultura e é aplicado nas folhas das plantas em quantidade variável de acordo com o porte do vegetal.
"Para laranjeiras e plantas arbóreas, a proporção é de um litro da substância para um litro de água, ou pode ser usada pura, para as arbustivas, um litro da substância para até dois litros de água e para herbáceas, como alface e tomate, um litro para até quatro litros de água", ensina. O professor diz que os estudos com a manipueira surgiram da consciência dos males causados pelos agrotóxicos, e das buscas por opções. "Não basta criticar o uso de defensivos, é preciso mostrar alternativas", justifica.
A lista de doenças que ocorrem pela acumulação do resíduo registradas pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimento (FAO), diz Ponte, vai de cefaléia a fibrose pulmonar, esterilidade, hepatite, tireoidite e distúrbios no aparelho visual. A formulação do composto evita a contaminação dos trabalhadores rurais. "A manipueira é absolutamente inócua", ressalta o professor. Isso permite que o agricultor realize a aplicação com vento e até mesmo sem óculos.
COMPOSTO EM PÓ - A forma líquida da manipueira apresentava resultados benéficos, mas por uma questão de diversificação e disponibilidade, as pesquisas se dirigiram à transformação do composto em pó, sem perda das propriedades. Esta fase do estudo envolveu outra pesquisadora, Maria Erbene Góes Menezes, e foi concluída em 2004, com o pedido de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Júlio da Ponte demonstra que as pesquisas tiveram também o intuito de aumentar a durabilidade do produto. "A partir do quarto dia após ser recolhida, a manipueira começa a perder as qualificações por causa da fermentação do composto", observa. Uma solução seria guardar o líquido em refrigerador, o que eleva o tempo de conservação para dois meses, mas o método se mostrou inviável para estocar grandes quantidades. Já na forma de pó, a durabilidade atinge períodos bem mais longos.
A solução aplicada na lavoura é formada apenas da substância, água e farinha de trigo, na proporção de 100g do pó para cada dez litros do defensivo natural, a fim de facilitar e aumentar o tempo de aderência nas folhas da planta. A simplicidade dos compostos agrega uma série de valores - diminui os custos, o que facilita o acesso dos produtores, favorece o controle das pragas, o que eleva a produção, que aumenta os lucros e sem causar prejuízos à saúde ou ao meio ambiente.
Mandioca Brava
Família: Euphorbiaceae.
Nome científico: Manihot utilissima Pohl. (Manihot esculenta ranz).
Nome popular: mandioca, maniva.
Propriedades: As mandiocas-bravas, devido ao elevado teor desse ácido (50ppm), são tóxicas e servem basicamente à industrialização.
Parte tóxica: raiz e folhas.
Sintomas: a ingestão causa cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e morte.
Princípio ativo: glicosídeos cianogênicos.
Fontes: À TARDE 25/04/2005 – Rural. ALBENÍSIO FONSECA Colaborador e Redação.
Rotina no Atendimento do Intoxicado – Sony de Freitas Itho.
Revist’ Aura nº 7 – Junho de 1991.
http://br.groups.yahoo.com/group/ciencialist
Um comentário:
Será que este produto pode ser utilizado como desinfetante e até mesmo como desinfectante
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