31.3.06

Palmeiras Úteis

Introdução

As palmeiras são plantas monocotiledoneas da família das palmaceas (Palmaceae ou Palmae). São representadas por cerca de 3.500 espécies reunidas em 240 gêneros. Muitas são conhecidas pelo nome vulgar . São plantas mais características da flora tropical. São por isso elementos importantes na composição do paisagismo nacional.
Muitas palmeiras são de grande importância econômica pelos diferentes produtos que delas podem ser obtidos. Os produtos destinados a alimentação humana ocupam o primeiro lugar.
Distribuição Geográfica
As palmeiras estão entre as plantas mais antigas do globo, e seus vestígios remontam a mais de 120 milhões de anos, diversas espécies ainda são encontradas fora das regiões subtropicais.
A maior ocorrência de gêneros e espécies verifica-se nas regiões tropicais da Ásia, Indonésia, Ilhas do Pacifico e América. No Brasil a chamada Zona dos Cocais, abrange extensas regiões do norte e nordeste em direção ao centro caracteriza-se babaçuais, carnaubais e biritisais, e em direção ao leste os carandasais. É assim plenamente justificada a denominação pindorama aplicada pelos indígenas para designar o território ocupado no pais pelas palmeiras.

Características das Palmeiras

As palmeiras apresentam desenvolvimento perfeitamente individualizados, caracterizado quanto a forma e aspecto. Como inúmeras plantas possuem raízes, tronco, folhas e produzem flores, frutos e sementes.

Raízes:
São cilíndricas distribuídas subterraneamente, do tipo de cabeleira no qual não se distingue uma raiz principal, sendo todas semelhantes. Outras raízes podem aparecer no caule acima do solo, principalmente quando nativas em matas úmidas. São raízes aéreas que podem ou não atingir o solo e complementar a função do sistema radicular.

Tronco:
Os caules com troncos das palmeiras tem o nome especial de estípe ou estipíte podem ser chamados didática e popularmente de caules, são alongados cilíndricos ou colunares, geralmente sem ramificações e sustentam no ápice um tufo de folhas. O tronco das palmeiras é duro não possui casca no sentido que comumente se compreende como tal nas arvores. A medula central é esponjosa e cercada por um anel protetor, forte de fibras que formam numerosos feixes verticais de tecido condutos xilemas e floemas. Sendo, porem, destituído do tecido cambial, uma vez formado não haverá aumento de diâmetro; a região principal de crescimento esta situada no ápice do tronco onde localiza-se a gema terminal com o seu tecido meristematico. Pôr ela o tronco alonga e dilata-se na base das folhas mediante deposição de novas células de dentro para fora. Pôr essa razão muitas palmeiras alcançam o máximo de diâmetro do tronco quando são ainda jovens.
As palmeias podem Ter um único tronco simples, solitário ou vários múltiplos, formando touceira. O tronco poderá ser subterrâneo, tornando-as aparentemente acules. A maioria das espécies possui tronco simples.

Folhas:
As palmeiras apresentam uma grande diversidade de folhas quanto ao tamanho, forma e divisão em diversas espécies são muito grandes e constituem as maiores do reino vegetal. São formadas essencialmente por um eixo no qual são distinguidas três partes ou regiões: bainha, pecíolo e lamina.
As folhas velhas morrem e são substituídas por outras novas, uma de cada vez. Em algumas palmeiras as folhas mortas persistem por longo tempo revestindo e escondendo o tronco, em outras as folhas caem deixando uma marca estreita semelhante a um anel, mostrando o lugar onde estavam fixadas.

Inflorecencias:
As inflorescencias juntamente com as flores constituem a parte reprodutiva das palmeiras. São formadas por um conjunto de flores localizadas numa estrutura ramificada ou não. Provem de gemas exclusivamente florais que formam-se respectivamente da base das folhas e na maioria das palmeiras são laterais e axilares.
São formadas por três elementos: braquias, raque e espigas florais.

Flores:
As flores das palmeiras são pouco atraentes por serem pequenas, geralmente desprovidas de colorido vistoso. Podem ser brancas, amarelas, rosada, avermelhadas ou esverdeadas, mas impressionam pelo grande numero. As cores são raras em palmeiras e ocorrem em partes que não as flores mas nas folhas novas. As folhas das palmeiras são hermafroditas ou quando tem ou unissexuadas.

Frutos:
Os frutos das palmeiras são muito variáveis, no tipo , cor, tamanho e forma a ponte de alguns serem dificilmente associados as palmaceas. Comumente são chamados cocos e devido ao tamanho menor, coquinhos.
As plantas que os produzem são chamadas popularmente de coqueiros, os frutos típicos são formados por três camadas mais ou menos definidos: a externa ou casca é esocarpo, liso espinhecente ou escamoso, a do meio é o mesocarpo de natureza fibrosa suculenta ou fibrosa seca, a interna que protege a semente é o endocarpo fino, membranoso, celulósico espesso ou muito duro, de textura classificada como petria ou óssea.
São tidos como do tipo drupa, isto é, de consistência carnosa ou não e com uma única semente envolvida por endocarpo. Os frutos maduros tem grande variação de colorido não raro passam por diversas tonalidades durante o amadurecimento. No geral, são de forma globosa, ovalada, cônica ou alongada; o tamanho é variável, desde cerca de um grão de arroz ou uma ervilha ate excepcionalmente grande com peso de 20kg.

Sementes:
A cavidade dos frutos das palmeiras é preenchida geralmente por uma única semente, dura e densa. A forma é variada arredondada, ovalada e cônica, as vezes alongada. Consiste principalmente em endosperma ou albumem duro, que é uma massa de tecido nutritivo no qual esta embutido o embraio pequeno e mole.

Plantio

Para o plantio das sementes das palmeiras é necessário que sejam previamente preparadas, para que a germinação ocorra com maior rapidez. Deve- se então fazer a lavagem e retirando a casca e a polpa que as envolve, algumas delas possuem substâncias que podem provocar irritações, sendo assim, tendo a necessidade de manipulação com luvas.
As sementes podem ser semeadas de imediato logo após a lavagem, isto é a qualquer época do ano.
O meio usual de semeadura e de eficiência satisfatória é representada por areia lavada de rio ou por terra vegetal, ou mesmo com esterco curtido de curral, terra argilosa e areia lavada de rio. Os canteiros devem ter no máximo 1.20 m de largura, e deve-se evitar a incidência direta do sol.
A semeadura é feita em sulcos paralelos abertos na superfície dos canteiros, numa profundidade relativa ao tamanho da semente; onde um a deve ser plantada após a outra, onde a distancia corresponde ao seu comprimento e os sulcos tem a profundidade do seu diâmetro, onde os mesmos serão cobertos pelo meio de semeadura. No caso das sementes mais volumosas, aconselha-se que sejam plantados separadamente, em um recipiente de pelo menos 4 ou 5 litros de capacidade.
Após terminada a semeadura é feita uma irrigação copiosa com jato leve, para manter o meio de semeadura sempre úmido, temperaturas baixas impedem ou retardam a germinação, são consideráveis favoráveis as entre 24 e 28O C com uma umidade relativa do ar em torno de 70%.
As mudas devem ser transplantadas para recipientes individuais após o aparecimento da 1a ou 2a folha desenvolvida. Após esse transplante devem ser mantidas a meia sombra e as regas devem ser periódicas para evitar o ressecamento.
Essas mudas devem permanecer nos novos recipientes por em media 1 ano, sendo após esse período transplantadas novamente para recipientes de 4 a 5 litros, onde ficarão por mais um ano, e logo após haverá um terceiro transplante onde a planta já desenvolvida e’ passada para um recipiente de 20 litros, onde permanecera ate o plantio definitivo.
O plantio definitivo será feito em covas de dimensões de 50 cm de comprimento, largura e de profundidade. Após o plantio não são necessários de cuidados especiais após o período de juventude.

Paisagismo

As palmeiras são de grande utilidade na criação de ambientes de aspecto tropical. Há inteira liberdade na composição com espécies para áreas extremas, tirando proveito do contraste de fatores ornamentais que cada uma possui com extensa gradação na altura e porte, troncos colunares lisos e troncos bojudos, revestidos de fibra ou pelos remanescentes das folhas já caídas, folhas em leque, planas, armadas, pinadas, crespas, arqueadas ou rijas com inúmeros tons de verde, cinza-azulado ou amarelo-alaranjado.

Monte um jardim dentro de casa

Ter um belo jardim não é privilégio apenas de quem mora em casas térreas ou
possui um grande terreno para cultivar. O contato com a natureza também é
possível em pequenos espaços de prédios comerciais ou apartamentos, por
exemplo, através dos jardins internos.
Manter plantas em ambientes fechados é uma forma de trazer beleza e
tranqüilidade ao ambiente e de aliviar a tensão trazida pelo cotidiano
agitado das grandes cidades.
A melhor opção para quem quer criar um jardim dentro de seu apartamento sem
ter muito trabalho são mesmo os vasos, ideais para cantos de leitura,
reflexão e relaxamento. Os melhores são os vasos de pequeno e médio porte,
que são fáceis de deslocar e manusear na hora de cuidar das plantas.
Prestando atenção aos detalhes de adaptação de cada planta aos diferentes
ambientes (luminosidade, tempo de exposição ao sol, calor, etc.)., a
variedade de espécies que podem ser plantadas é muito grande.
Transformar o terraço numa pequena varanda com plantas e flores pode ser uma
alternativa para deixar seu apartamento com uma área ao ar livre mais
aconchegante. O primeiro passo é buscar informações sobre a estrutura da
varanda ou terraço, para saber até que ponto ela pode suportar o peso
adicional de vasos, terra, plantas e demais elementos envolvidos em seu
projeto de paisagismo. Não plante diretamente sobre a laje para evitar
infiltrações e a invasão de raízes nos ralos e vãos do concreto. A melhor
opção é o uso de vasos e caixas de diferentes tamanhos e formatos oferecidos
no mercado. Para que não surjam poças d'água na hora de fazer as regas,
verifique se há um bom escoamento da água até os ralos. Se for possível,
crie um pequeno declive no piso para evitar esse tipo de problema e capriche
na impermeabilização. Caso você queira dar a impressão de canteiro sobre o
piso, plante em caixas mais rasas e disfarce as bordas com pedras ou um
ripado de madeira. O vento é o principal desafio para jardins em terraços de
apartamento. Para reduzir seu impacto e proteger as plantas mais frágeis,
crie uma barreira com espécies resistentes, como pequenas palmeiras,
coníferas, bambus e trepadeiras. Se quiser, use uma das paredes para fazer
um "jardim vertical", usando principalmente bromélias e orquídeas para
montar os arranjos. E tenha sempre em mente que as plantas cultivadas em
terraços sofrem grande perda de umidade e precisam de regas diárias para
manter o substrato sempre úmido. A adubação não pode ser esquecida, pois as
regas freqüentes ajudam a eliminar os nutrientes.

Outra idéia simples e prática é a criação de mini-jardins, com miniaturas de
plantas que podem originar verdadeiros jardins portáteis. Defina o ambiente,
escolha as espécies corretas e leve a natureza para casa. Você pode montar
arranjos com pequenos cactus, mini-bromélias e suculentas, arrumados em
vasos baixos; ou com plantas aquáticas, que podem ser colocadas em potes de
vidro transparente e arrumadas de forma a se harmonizar com seu ambiente.
Use pedriscos, folhas secas ou musgo para forrar a superfície. Misturar
plantas vivas com outros elementos, como velas, pedras e bambus dão um belo
efeito.
Em cozinhas que recebem pelo menos 3 horas diárias de sol, um canteirinho de
chás e ervas medicinais é uma boa pedida. Camomila, hortelã, menta,
manjericão e outras plantas podem servir para fazer chás ou complementar o
tempero caseiro e embelezar a cozinha.
Para o banheiro, use as plantas aquáticas. A alface d´água, o agapé, a zontas e o camarão reproduzem-se rápida e espontaneamente. No geral, precisam receber pelo menos alguma iluminação natural, devendo ficar perto da janela ou da porta. Há aquáticas, como o papiro, o copo-de-leite, a ninféia, a lótus e a pompedéria que, mesmo em água, devem ter suas raízes sustentadas por terra.

Lichia

Litchi chinensis - Família Sapindaceae.

Originária da China onde é considerada a fruta nacional, a lichieira e uma árvore subtropical com ate 12 metros de altura e de grande longevidade. Em muitos países e considerada a rainha das frutas. Perfeitamente adaptada as condições de clima do Estado de São Paulo, as Culturas pioneiras estão produzindo excelentes safras, com resultados econômicos compensadores. A colheita ocorre de novembro e janeiro, atendendo o mercado na época das festas natalinas, quando a procura e o preço são maiores. O Brasil em futuro próximo poderá dominar o mercado mundial, porque a produção das outras regiões produtoras ocorre de maio a agosto. Assim, sem concorrência, o Brasil poderá abastecer o mercado mundial com lichias na época do natal.

Devido ao seu belo porte, atraente formato, folhas verde escuro e permanentes e principalmente devido a beleza da frutificação a lichieira é a árvore favorita para os jardins de residência no Hawaii, e em cidades da Califórnia como San Diego, San Francisco, Los Angeles, Monterey, Alhambra, etc.

Os frutos produzem em cachos, a casca é rugosa e de cor vermelha e fácil de ser destacada. A polpa é gelatinosa, translúcida sucosa e de excelente sabor, lembrando ao de uva Itália e não é aderente ao caroço. Se presta para consumo ao natural, para a fabricação de sucos, compostas e ainda para a passa.

Variedades de Lichia

No Brasil dispomos das variedades BENGAL, AMERICANA e BREWSTER e no Hawaii são recomendadas a GROFF, KAIMANA e KWAIMI.

Produção de Mudas

As mudas oriundas de sementes não são indicadas para a formação de pomares comerciais, porque as plantas não são uniformes e demoram acima de 12 anos para iniciar a produção. Para a formação de pomares comerciais, as mudas devem ser de propagação vegetativa das plantas vigorosas e produtivas. O sistema mais utilizado é a alporquia, resultando em mudas de qualidade.

Clima
A lichia é uma planta de clima sub-tropical, entretanto, em nossas condições tem-se verificado que plantas novas não suportam geadas muito rigorosas. Por ser um planta de grande valor é viável a sua proteção com telhados ou de outro material, durante o inverno, evitando-se danos com frio.

Espaçamento

É mais interessante uma planta isolada, recebendo a luz solar de todos os lados para a plenitude de sua produção, à duas a três árvores encostadas uma na outra. Árvores com livre crescimento, sem o emprego de podas, necessitam espaçamentos adensado de 7 metros entre plantas e linhas, utilizando-se podas constantes, visando o controle do tamanho das árvores.

Colheita e Embalagem

Conforme a região a colheita ocorre de novembro a janeiro e são colhidos os cachos de frutos e a embalagem é feita em pequenas caixas de plásticos transparente.

Mercados

O fruto de lichia ainda é desconhecida do consumidor brasileiro e o mercado potencial é enorme devido as qualidades de frutos e da época de comercialização no fim do ano. Entretanto, o fruto de lichia tem boa aceitação em todo o mundo e há interesses inclusive de países produtores, devido a oferta de frutos fora de época ou na entre safra.

Lichieira:

A planta é longeava e rústica, necessitando pouco ou nenhum tratamento fitassanitário. As doenças não são problemas e com relação as pragas, eventualmente pode ocorrer brocas de tronco, a mariposa oriental nos ponteiros, ácaros, abelha arapuá ou irapua nos frutos. Praticamente não é usado agrotóxico e os frutos são colhidos insetos de produtos químicos.

Produção:

A lichia inicia a produção comercial a partir do 5º ano após o plantio das mudas. Algumas plantas chegam a produzir de 150 a 200 Kg, sendo considerada uma produção boa a média anual de 40 a 50 Kg por planta.

Preços:

Os melhores preços ocorrem no inicio da safra de 15 a 31 de Dezembro devido as festa de fim de ano.
O mercado brasileiro ainda é inexplorado porque a lichia considerada a rainha das frutas, ainda é desconhecida do consumidor brasileiro. Atualmente o preço da fruta é muito alto e futuramente o ideal é o estabelecimento de um preço médio, de valor mais baixo, favorecendo a comercialização. O preço muito alto limita o número de consumidores.

Tratos Culturais
É bastante simples com a manutenção das plantas do limpo através de roçadas e herbicidas, de adubações e de irrigação que é fundamental, conforme a região.

Hidroponia

Hidroponia é uma técnica agrícola, através da qual se cultivam plantas sem a necessidade do solo como fonte dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Na prática da Hidroponia, as plantas podem ser cultivadas com as raízes suspensas no seio da água - Cultura em Água, suspensas no ar húmido - Aeroponia, ou ancoradas num Substrato ou Meio de Cultura, isento de Matérias Orgânicas Biodecomponíveis - Hidroponia em Substratos.
Na prática da Hidroponia podemos utilizar o solo sim, desde que este esteja isento de matérias passíveis de biodecomposição, e de sais minerais, organo-minerais ou orgânicos, passíveis de dissolução e ionização em água.
Porque Usar a Hidroponia

Considerando um solo agricultável normal, é muito difícil manejá-lo, de forma que as plantas nele cultivadas consigam no mesmo os alimentos que lhes são necessários. Mesmo fertilizando esse solo corretamente, os alimentos necessários às plantas são dele desviados pelas águas da chuva ou da irrigação artificial, perdendo-se para áreas superficiais não utilizáveis, para cursos de águas, e mesmo para o sub-solo, atingindo até os lençóis freáticos.

Hidroponia Química

A Hidroponia tem Química, especialmente vinda de agricultores que se dedicam à Agricultura Orgânica. Essa afirmação, por si, demonstra um grande desconhecimento de nutrição de plantas por parte de muitos agricultores, e até mesmo do tipo de agricultura que praticam.A Química é uma Ciência, e a Hidroponia é uma Técnica Agrícola, e desconhecemos a maneira pela qual se possa colocar dentro de uma técnica, uma ciência, como se alguma das duas, ou ambas, pudessem ser adquiridas no comércio ou preparadas em um laboratório, e misturadas na forma mais conveniente.

Tipos de Hidroponia

Hoje, podemos considerar três tipos ou formas de hidroponia: - Inorgânica, Organo-Inorgânica, e Orgânica. Na prática da Hidroponia Inorgânica, as plantas são alimentadas através de uma solução aquosa de sais minerais altamente solúveis e de elevada pureza, a nível farmacêutico, ou a nível PA (Para Análise). Esta solução aquosa, é chamada de Solução Nutritiva, ou Solução de Nutrientes, e os elementos minerais que a constituem, são dosados de forma equilibrada com as necessidades alimentares de cada planta, em cada estágio do seu desenvolvimento. A solução nutritiva, até certo ponto, reproduz artificialmente a Solução do Solo, que a Natureza nos proporciona. Hoje, a bem da verdade, podemos afirmar que não existe Hidroponia Inorgânica.Analisando visualmente e ao tacto as raízes das plantas cultivadas por hidroponia inorgânica, podemos notar nelas um filme gelatinoso e escorregadio, constituído pelos dejetos dessas plantas. E ao microscópio, podemos observar que esses dejetos, aderidos às raízes, estão altamente povoados de bactérias que deles sobrevivem, decompondo-os biològicamente, e dejetando por suas vez, vários outros compostos orgânicos e inorgânicos. Estes compostos, na sua maioria, dissolvem-se novamente na água que compõe a solução nutritiva. Os compostos inorgânicos, ionizam-se, e são novamente absorvidos pelas plantas, e pelo menos alguns dos compostos orgânicos, de cadeia muito pequena, presume-se que também sejam absorvidos.
A Hidroponia Organo-Inorgânica, é essencialmente uma forma de hidroponia inorgânica, sendo que à solução nutritiva nela utilizada, são adicionados alguns compostos orgânicos mineralizados, extraídos da Natureza, seja para aumentar a produtividade das plantas, seja para aumentar o valor nutritivo das mesmas. Esta prática, integra uma das muitas outra estudadas e aplicadas na Bioponia. A Hidroponia Orgânica é uma técnica muito recente, e ainda esta no início dos estudos científicos da mesma. No entanto, já é muito utilizada no mundo inteiro, com excelentes resultados, muitas vezes melhores do que os obtidos pela hidroponia inorgânica, logicamente, dentro de suas limitações. De forma sucinta, na Hidroponia Orgânica, a solução nutritiva é obtida a partir de matérias orgânicas bio-decompostas através do sistema convencional de compostagem, ou através da Biodigestão da mesmas em equipamentos denominados Biodigestores e ou Biofiltros.
A Hidroponia Orgânica, vai de encontro à afirmação da maioria dos agricultores tradicionais, em especial os que se dedicam à prática da agricultura orgânica, de que, a Hidroponia é um processo inorgânico. As plantas cultivadas pela hidroponia orgânica, apresentam uma diferença marcante comparadas àquelas cultivadas pela agricultura orgânica convencional. Elas possuem elevadíssimo nível asséptico, podendo ser consumidas pelo ser humano e por outros animais superiores que delas se alimentam, com toda a segurança no que tange a eventuais contaminações com bactérias patogênicas. Finalmente, podemos concluir que a Hidroponia não é uma técnica essencialmente inorgânica.

Sistemas Hidropônicos

Existem várias maneiras de praticar-se a Hidroponia, as quais denominamos como sistemas hidropônicos. Os Sistemas hidropônicos podem ser divididos em dois grupos básicos, que são os Sistemas Passivos e os Sistemas Ativos. Nos sistemas passivos, a solução nutritiva permanece estática, e é conduzida às raízes das plantas, geralmente, por capilaridade. Isto se consegue, utilizando-se um meio de cultura de alto poder capilar, geralmente adicionado de um pavio, como aquele utilizado em lamparinas ou em lâmpadas de óleo. Quando se utiliza um pavio, o sistema é denominado como Sistema de Pavio, ou, utilizando o termo em Inglês, Wick System. Todos os Sistemas Ativos, de uma forma ou de outra, necessitam a circulação das solução de nutrientes através de uma bomba, e grande parte deles também necessitam de algum sistema paralelo e conjunto para fazer-se à aeração ou oxigenação da solução. Considerando os sistemas passivos e os ativos, há um total de 6 sistemas básicos, que conhecemos por Sistema de Pavio, Sistema de Leito Flutuante, Sistema de Sub-Irrigação, Sistema NFT, Sistema de Gotejamento, e Sistema Aeropónico. Existem centenas de sistemas hidropônicos, mas qualquer um deles, é sempre uma variação de um destes seis, ou uma combinação de dois ou mais deles.
Hidroponia Orgânica

Os sistemas hidropônicos orgânicos, mecanicamente, não apresentam nenhumas diferenças dos convencionais inorgânicos, pois se baseiam nos seis sistemas básicos conhecidos.
A diferença está na solução de nutrientes. Esta, em vez de preparada a partir de sais minerais industrializados, é preparada a partir de dejetos animais e resíduos vegetais e animais bio-digeridos em dispositivos conhecidos como Biofiltros e Biodigestores. Os Biofiltros, beneficiam, através de um processo biológico, águas poluídas com excrementos de peixes, transformando-as numa solução de nutrientes. Dos biodigestores, obtém-se o Biofertilizante, e a partir deste, se prepara a solução de nutrientes.
A Hidroponia Orgânica, diferencia-se radicalmente da Agricultura Orgânica. Primeiro, porque é um sistema hidropônico, e como tal, não utiliza o solo, e segundo, porque produz plantas altamente sãs, e com elevado nível de assepsia. Uma das características mais importantes da hidroponia orgânica, é a possibilidade que ela nos dá, de montar sistemas ecológicos fechados, onde tudo o que se utiliza é reciclado, não agredindo de modo algum o meio ambiente.

Biodigestão

A palavra Biodigestão, é derivada da palavra grega Bios, que significa vida, e da palavra latina Digestione, que significa Digestão ou Decomposição, ou ainda, transformação de matérias não assimiláveis, por outras assimiláveis pelos seres vivos. Cientificamente, Biodigestão, é um processo de degradação, transformação ou decomposição de substâncias vegetais e ou animais (conhecidas por Matéria Orgânica), levado a efeito por seres vivos, como o homem, ou mesmo por micro-organismos ou bactérias.
Vários produtos sintéticos produzidos pelo homem, também são passíveis de biodigestão, os quais são conhecidos como Produtos Biodegradáveis. O meio ou aparelho através do qual se processa a biodigestão, é denominado Biodigestor, e conforme este, a biodigestão se processa de três maneiras básicas diferentes. Na primeira, ela se processa através de um organismo animal, que digere os alimentos, assimila uma parte dos mesmos, e escreta outra. É a Biodigestão Animal. A excreção, de uma ou de outra forma, acaba indo para o solo, onde, através da ação de bactérias, também é digerida até ao ponto de solubilização em água.
Esta solução, conhecida por Solução do Solo, é rica em sais minerais, os quais estão ionizados na água, e prontos para serem absorvidos pelas plantas.
Desta forma, se estabelece e completa-se um ciclo biológico, na seqüência:

VEGETAL - ANIMAL - DEGRADAÇÃO - SOLO - DEGRADAÇÃO - VEGETAL
neste caso, o biodigestor é um animal. Na segunda maneira ou processo de biodigestão, a Matéria Orgânica e ou a Matéria Organizada, não passa pelo organismo de um animal, e é lançada diretamente ao solo. Aqui, sofre a ação mecânica de ventos, chuvas e outras intempéries, e eventualmente, a ação de pisoteio de vários animais. Sofre ainda a ação química do oxigênio do ar, ajudada pela ação catalítica dos raios solares. Pela ação mecânica das intempéries e do pisoteio, a matéria orgânica vai entrando em maior contacto com o solo, incorporando-se ao mesmo, onde sofre a ação de macro e micro-organismos animais e vegetais. Lentamente, essa matéria orgânica vai sendo decomposta, até à forma de compostos solúveis em água, os quais passam a compor a solução do solo, a qual é absorvida pelas plantas, completando-se assim o ciclo biológico já mencionado. Esta é a Biodigestão Natural, e o biodigestor é o solo.
A terceira maneira ou processo de biodigestão, é bastante semelhante à segunda, porém nesta, consideramos o homem como elemento participante do processo. Nesta, dejetos animais, inclusive os humanos, além de produtos sintéticos preparados pelo homem para seu uso, são deliberadamente lançados ao solo ou nos cursos de água. No solo ou na água, tais dejetos sofrem a ação de macro e micro-organismos, são bio-degradados num ciclo bastante curto, e uma vez na forma de sais solúveis em água, passam a integrar a solução do solo. E aqui, o biodigestor é o solo, um rio, um lago ou até mesmo uma lagoa.

Biofertilizante

Durante a crise do petróleo nos anos 70, o Biodigestor foi apresentado como alternativa para obtenção de energia térmica, pela produção do Biogás.
Na verdade, o gás combustível obtido do mesmo, é em quantidades muito pequenas, e difìcilmente justifica a construção de um biodigestor, exclusivamente para sua produção e utilização como fonte de energia térmica, ou mesmo como fonte de produção de gás carbônico ou de ácido sulfídrico. O verdadeiro valor de um biodigestor, está no adubo produzido pelo mesmo, o qual é conhecido como Biofertilizante, e no saneamento que ele proporciona.
Após as diversas fases da Biodigestão, o produto resultante é um líquido escuro, em virtude da presença do Húmus, a que denominamos Biofertilizante Puro, o qual pode ser usado em qualquer solo, como adubo de origem orgânica de alta qualidade, ou como corretivo de acidez, de vida bacteriana e de textura. O Biofertilizante puro, apresenta uma concentração de nutrientes relativamente alta, e apesar disso, pode ser utilizado diretamente no solo.
É um grande auxiliar quando utilizado como aditivo na preparação de Soluções Nutritivas na prática da Hidroponia Organo-Inorgânica, promovendo enorme aumento na produtividade dos cultivos hidropônicos. Uma vez diluído, constitui um grande adubo foliar, e nesta forma, é geralmente conhecido como Biofertilizante Diluído.
O biofertilizante diluído, apresenta também excelentes condições para utilização como Solução Nutritiva, na prática da Hidroponia Orgânica. As vantagens na utilização do biofertilizante são enormes, não só pelo seu custo muito baixo, mas também pelos resultados na produtividade agrícola. No entanto, pode eventualmente não ser o adubo mais adequado para todas as culturas.
Além disso, sua composição pode variar muito, dependendo das variações da matéria orgânica utilizada para alimentar o Biodigestor que o produz. Desta forma, para se obter uma linearidade na composição do biofertilizante, é aconselhável que também se mantenha uma linearidade no tipo, qualidade e composição da Matéria Orgânica básica utilizada na sua preparação. A utilização correta de um biofertilizante, é a chave principal para atingirmos os melhores índices de produtividade agrícola, e para tanto, existem algumas regras que devem ser observadas, e que poderíamos enumerar como segue:
1 - Proceder periodicamente a análises físico-químicos do biofertilizante, para determinar quais os teores dos elementos químicos componentes do mesmo, e sua solubilidade total ou parcial na água.
Não havendo grandes modificações ou variações na composição da matéria orgânica básica, uma análise mensal é suficiente.
2 - Conduzir uma análise físico-químico do solo onde se pretende cultivar determinado vegetal, para determinar o teor e os componentes químicos desse solo, e seu grau de solubilidade.
3 - Saber por literatura especializada ou por análise, quais os teores e os componentes do vegetal a ser cultivado.
Com os dados enumerados nos itens acima, faz-se então a correção da composição química do biofertilizante, por adição de nutrientes solúveis, operação esta denominada como Mineralização do Biofertilizante. O processo de mineralização, poderá não ser uma operação fácil para muitos agricultores, e é aconselhável àqueles que sentirem dificuldades para tanto, servirem-se de uma acessória adequada. Os procedimentos aqui descritos, também devem ser observados quando da utilização do biofertilizante como Solução Nutritiva na Hidroponia.


Biogás

Considerado como sub-produto da Biodigestão, e conseqüentemente do Biodigestor, pois atinge sòmente de 2,0 a 4,0 % do peso da Matéria Orgânica inicial utilizada no processo, o Biogás é uma mistura de gases, e sua composição média é:
Metano (CH4) - 60,0%
Gás Carbônico (CO2) - 38,0%
Gás (Ácido) Sulfídrico (SH2) e outros gases - 1,5%
conseqüência do alto teor de metano, é um gás ótimo para geração de energia térmica, e mesmo como combustível para motores de explosão.
Para aumentar o rendimento térmico do biogás, e eliminar sua característica corrosiva, devido à presença do ácido sulfídrico, é aconselhável tratá-lo. Assim sendo, o gás sulfídrico deverá ser eliminado por lavagem em lixívia de Hidróxido de Potássio, e o sal resultante, adicionado ao Biofertilizante para enriquecê-lo com Enxofre e Potássio.
O gás carbônico pode ser eliminado por lavagem do biogás com água sob média pressão, e posteriormente utilizado para enchimento de extintores de incêndio. Também podemos eliminar o gás carbônico, por lavagem do biogás com hidróxido de cálcio, e o sal resultante (carbonato de cálcio ou calcáreo), utilizado para correção do pH de solos ácidos. O gás final, será metano puro, um ótimo combustível, que tanto poderá ser utilizado a baixas pressões, em fogões e estufas, como armazenado sob altas pressões em cilindros apropriados, que apresentem resistência à pressão similar àquela dos utilizados para engarrafamento de hidrogênio ou de oxigênio. Solução Nutritiva.
Além do aspecto qualitativo (composição) e do aspecto quantitativo (balanço nutricional) da solução nutritiva é bom estar sempre atento a:

Pressão osmótica: Pelo princípio da osmose, a água se movimenta de um meio hipotônico para um meio hipertônico, ou seja, de uma solução menos concentrada para uma solução mais concentrada, quando as mesmas estão separadas por uma membrana semipermeável. Assim, quando se dissolvem sais na água, para se fazer uma solução, aumenta-se sua pressão osmótica, ou seja, diminui-se a tendência que a solução tinha de penetrar nas raízes das plantas, de tal forma que, a partir de certa concentração de sais, a tendência da água passa a ser a de sair das células das raízes promovendo a sua morte. Por isso, a solução nutritiva deve conter os nutrientes nas proporções adequadas, mas deve ser suficientemente diluída, para que ela não cause danos às raízes. A pressão osmótica adequada está entre 0,5 e 1,0 atmosfera (atm) ou a condutividade elétrica da solução deve estar entre 2 e 3 mS/cm (milisiemens/centímetro), dependendo do equipamento utilizado para medida.

Condutividade elétrica: A condutividade elétrica é uma das avaliações que tem sido recomendada para a reposição de nutrientes na solução nutritiva. É uma característica semi quantitativa, uma vez que avalia apenas a quantidade de sais (total) presentes na solução. Não identifica faixas críticas de nutrientes e nem quais estão em falta ou em excesso. O seu uso deve ser acompanhado por análises químicas da solução nutritiva, que é a forma mais correta de se estimar a quantidade de nutrientes que deve ser reposta à solução nutritiva.

pH da solução nutritiva: A importância da atividade dos íons hidrogênio da solução, medida pelo índice pH, pode ser direta ou indireta. De uma maneira geral, nenhuma planta consegue sobreviver, satisfatoriamente, em valores de pH menores que 3,5, devido a um efeito direto dos íons H+ sobre as células. Indiretamente, o pH pode afetar a disponibilidade dos íons essenciais ao desenvolvimento da espécie. Valores baixos de pH provocam uma competição iônica entre o íon H+ e os diversos cátions essenciais para as plantas (NH4+, K+, CA++, Mg++, Cu++, Fe++, Mn++, Zn++) e valores elevados de pH diminuem a absorção de ânions nutrientes (NO3-, H2PO4-, SO4--, Cl-, MoO4-). Valores inadequados de pH podem, ainda, provocar a precipitação de elementos essenciais, como é o caso da precipitação do Ferro e Manganês que ocorre em pH elevado. De uma maneira geral, o valor mais adequado para o desenvolvimento das espécies está entre 6 e 6,5.

Aeração de solução nutritiva: Como a absorção de nutrientes se dá contra um gradiente de concentração, isto é, a concentração da solução externa às raízes é muito menor que a concentração dentro das células da planta, há necessidade de energia para que esse processo ocorra, que é conseguida através do metabolismo da planta, às custas da respiração. Há necessidade, portanto de oxigênio para que as raízes possam absorver os elementos essenciais ao seu desenvolvimento. Concentrações de 2 a 3 ppm podem ser suficientes para que as raízes de certas espécies respirem, como o arroz, por exemplo, mas ela é insuficiente para o tomateiro, uma vez que ele necessita de cerca de 16 ppm de O2 na solução, pra que não ocorram podridões em seu sistema radicular.
A quantidade adicional de oxigênio deve ser fornecida por métodos próprios do sistema de condução utilizado, isto é, por borbulhamento de ar comprimido na solução ou através da aquisição de oxigênio, quando se faz a circulação de cultivo.

Temperatura da solução: Sendo a absorção de nutrientes um processo metabólico, ela chofer influência da temperatura, em uma escala muito maior que os fenômenos passivos. A manutenção de uma temperatura adequada é um fator de grande importância para se ter uma absorção eficiente de nutrientes. A temperatura é considerada adequada até em torno de 30°C (para o tomate, pepino e pimentão) e até 25°C (para alface, rúcula, agrião). Os melhores limites de temperatura, para os cultivos em períodos frios, são: 16°C durante o dia e 10°C durante a noite, sendo que para os cultivos em períodos quentes, as temperaturas mais adequadas são: 24°C durante o dia e 15°C durante a noite. Quando estiver nublado, a temperatura diurna deve ser mantida igual à noturna ideal.

Processo Hidropônico

Dentre as cinco exigências essenciais para o perfeito crescimento das plantas, três são supridas nas culturas hidropônicas da mesma maneira que nas culturas convencionais. Água, luz e ar são dádivas da natureza e ou, estão disponíveis nas residências como parte do ambiente, ou podem ser conseguidas através da engenhosidade do homem. Mas as outras duas - sais minerais e suporte para raízes - devem ser providenciadas como itens extras.
Para cultivar a terra devemos cavar, carpir e adicionar esterco ou composto. Esses são materiais orgânicos que as plantas não podem utilizar diretamente. É necessário que passem por um longo processo de decomposição e transformação no próprio solo, pra que os nutrientes inorgânicos que contêm possam estar disponíveis às plantas. mas mesmo assim o agricultor não tem uma idéia exata da quantidade de nutriente presente na terra em um dado momento. Nas cultura hidropônicas acontece o inverso, pois a aplicação dos nutrientes é feita de um modo equilibrado e controlado.
Sabe-se que as plantas necessitam de desesseis elementos para a sua nutrição e um crescimento normal. Desses, o carbono e o oxigênio são fornecidos pelo ar, e o hidrogênio pela água. Os demais podem ser fornecidos pelos adubos químicos, e são os seguintes: nitrogênio, potássio, fósforo, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganês, boro, molibdênio e cloro. O jardineiro adepto da hidroponia não se envolve com a trabalhosa tarefa de arar a terra; ele utiliza uma solução com todos os nutrientes, cuidadosamente, preparada para alimentar suas plantas. Essa solução age rapidamente após a aplicação porque é absorvida imediatamente através dos pêlos absorventes das raízes. Por razões práticas, tanto nas instalações hidropônicas caseiras quanto nas comerciais usa-se sempre adubos químicos como fonte de nutrientes. A razão é que são mais baratos, fáceis de encontrar e disponíveis em embalagens convenientes.Quanto ao suporte para as raízes, há uma grande variedade de materiais disponíveis no mercado. Os grânulos, que são os mais comumente utilizados, ao contrário da terra, que contém várias substâncias, são praticamente inertes. Os grânulos não podem ser alterados pelos elementos naturais e não estão sujeitos à rápida erosão como acontece com o solo. A principal função do material de suporte é fornecer um ponto de apoio para as raízes das plantas, mas atua também como reservatório para a solução nutritiva, que contém os elementos vitais para o crescimento das plantas.

Melancia

Nome Científico: Cucúrbita citrullus
Descrição: Não há nada melhor do que uma Melancia em dias de verão.
Uma das frutas mais refrescantes da natureza, a melancia deve ser consumida bem fresca e madura. Vale ressaltar que do contrário, pode causar cólicas e disenterias. E nada de abusar de seu consumo ou mesmo de combiná-la com outros alimentos, principalmente as crianças.
A melancia é o alimento que tem o maior valor alcalino em nosso organismo, sendo este 7,5.

Propriedades Culinárias
Suas sementes têm ótimo valor nutritivo, e devemos bater junto à polpa quando fizermos suco, deixe que descanse no fundo e coe o líquido. Muito bom tomar em jejum.

Propriedades Medicinais:
Além de ser uma fruta saborosa, é indicada no reumatismo e em obstruções renais.
Quanto a suas propriedades medicinais, são bem variadas: ela é levemente laxante e diurética. É indicada nos reumatismos e nas obstruções renais.
A Melancia lava o estomago e o intestino traz muitos bons resultados nas enfermidades das vias urinárias. As sementes trituradas em emulsão servem para as infecções das vias urinárias, deve-se tomar frio. Também é usada como diurética e vermífuga.
Quando usada externamente polpa e casca triturada, através de cataplasma ou em sucos em pinceladas, é excelente nos tratamentos de erisipela. Contra as febres, o suco de melancia é bastante eficaz, podem-se colocar também pedaços da fruta no abdômen. As sementes, trituradas, acalmam as dores produzidas por ferimento, além de reduzirem a hipertensão arterial.
Diurética e nutritiva.
Indicada para doenças nos rins, purifica o fígado, combate resfriado e bronquites.
Seu consumo é altamente indicado em casos de obstrução renal, pois seu suco promove a rápida eliminação do ácido úrico.
Em estado natural auxilia no tratamento de artrite, acidez gástrica, dispepsia, afecções dos rins e da bexiga.

Extraído da revista: Curas Naturais - Editora Escala.Marguinha – TSP.

Mandioca

Nome Científico: Manihot sp (Mandioca Brava)
Descrição:
A mandioca é uma raiz amidosa, muito volumosa usada para fazer um especial tipo de farinha (veja a foto).
Esta raiz possui um forte veneno, cianide que precisa ser eliminado durante a preparação da farinha. Isto é feito durante o cozimento ou fermentação da raiz. A massa obtida é tostada e está pronta para armazenagem.
Seu período de safra vai de Janeiro a Julho.
Há cerca de 1.200 variedades de mandioca no País, classificadas entre as categorias brava e mansa, de acordo com o teor de ácido cianídrico.

Propriedades:
Que os principais derivados da mandioca são a fécula (amido) e a farinha, quase todos sabem, mas que estes derivados são usados na indústria alimentícia (e em várias linhas), de cosmético, farmacêutica, prospecção de petróleo, de fundições e na aviação, inclusive pela Nasa (a agência espacial americana), é novidade para muitos.

Culinária:
A mandioca é energética, contem vitaminas do complexo B, Niacina, Fósforo, Cálcio e Ferro.
Conserva-se apenas por dois dias.
100g fornece 149 calorias.
A farinha da mandioca faz parte da comida diária dos nativos da Amazônia, e é usada só ou acompanhada de arroz, batata, milho, e como acompanhamento para peixe, carne ou feijão.
Além da raiz, das folhas e da rama, que são comestíveis, pode-se extrair da mandioca o álcool e derivados, ou destiná-la à ração de animais.
* A manipueira tem o nome de tucupi depois de preparada e fervida adequadamente para remover o ácido cianídrico, é muito utilizada nas comidas típicas do Pará e da região amazônica. As mais conhecidas são: pato-no-tucupi, tacacá, peixe no tucupi, paca no tucupi, caranguejo no tucupi...
Aliás, dizem os parauaras que até pedra no tucupi fica saborosa.

Industrial: A novidade, agora, é na utilização da manipueira - resíduo líquido gerado na prensagem da mandioca, com alto teor de toxicidade, geralmente despejado nos rios e no solo -, que começa a ganhar novos tipos de aplicações, compondo a ultrapassagem da última fronteira para o aproveitamento total da mandioca. Uma dessas superações de limite foi descoberta pelas pesquisadoras Gláucia Maria Pastore e Gisele Nobre, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA). Autoras da patente "Produção de Biossurfactantes Utilizando Manipueira como Substrato", as duas descobriram um processo para aproveitar a água derivada da prensagem de mandioca na produção de biossurfactantes. O processo é inovador, no aproveitamento da água derivada da prensagem de mandioca na produção de biossurfactantes que permitem, entre diversas aplicações, o refino de petróleo. Segundo pesquisadoras, a técnica tira do meio ambiente um resíduo incômodo para a indústria de mandioca, que não dispõe de local apropriado para o descarte das sobras. A Unicamp divulgou em dezembro do ano passado, em seu site (www.unicamp.br), que as pesquisas demonstraram que os biossurfactantes alcançam níveis de 80% no refino do petróleo incorporado em areia, além de enorme potencial para a indústria alimentícia e de fármacos.
As pesquisadoras esclarecem que a capacidade do microorganismo Bacillus subtilis de produzir a substância denominada surfactina - um detergente degradável - já era mencionada na literatura. "A novidade foi conseguir desencadear um processo que originasse o biossurfactante, subproduto metabólico de bactérias, fungos e leveduras, através de um meio de cultura insólito, no caso, a manipueira". No estudo das duas pesquisadoras, a substância junta homogeneamente o petróleo na água e liga quimicamente com as moléculas de petróleo, realizando a sua degradação. Com isso, a indústria petroquímica ganha um importante aliado no refino do óleo em poços profundos.
"É visível o poder de absorção do biossurfactante obtido com a manipueira em relação aos produtos tradicionais. Com esse resultado será possível auxiliar, inclusive, em situações como vazamentos de petróleo no mar, limpando as regiões afetadas", explica Gláucia.

Medicinais: Também, há sinais de que ação contra o desenvolvimento de células cancerígenas e esperança no tratamento de tumores, embora os estudos precisem ser aprofundados.

DEFENSIVO NATURAL - As novas aplicações da manipueira envolvem, também, seu caráter inseticida. Segundo o pesquisador José Júlio da Ponte, professor emérito do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidente da Academia Cearence de Ciências (Aceci), a substância funciona como nematicida (contra organismos que atacam raízes), inseticida, fungicida, acaricida e bactericida.
Além de ser um defensivo natural, testes com o líquido mostraram a presença de micro e macronutrientes para a planta, como ferro, cobre, zinco, fósforo, potássio e cálcio. Ou seja, elimina-se dois problemas com um único produto. De acordo com Júlio da Ponte, que há 20 anos dedica pesquisas ao composto, cada três a quatro quilos de mandioca fornecem um litro de manipueira. O produto pode ser usado em qualquer cultura e é aplicado nas folhas das plantas em quantidade variável de acordo com o porte do vegetal.
"Para laranjeiras e plantas arbóreas, a proporção é de um litro da substância para um litro de água, ou pode ser usada pura, para as arbustivas, um litro da substância para até dois litros de água e para herbáceas, como alface e tomate, um litro para até quatro litros de água", ensina. O professor diz que os estudos com a manipueira surgiram da consciência dos males causados pelos agrotóxicos, e das buscas por opções. "Não basta criticar o uso de defensivos, é preciso mostrar alternativas", justifica.
A lista de doenças que ocorrem pela acumulação do resíduo registradas pela Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimento (FAO), diz Ponte, vai de cefaléia a fibrose pulmonar, esterilidade, hepatite, tireoidite e distúrbios no aparelho visual. A formulação do composto evita a contaminação dos trabalhadores rurais. "A manipueira é absolutamente inócua", ressalta o professor. Isso permite que o agricultor realize a aplicação com vento e até mesmo sem óculos.
COMPOSTO EM PÓ - A forma líquida da manipueira apresentava resultados benéficos, mas por uma questão de diversificação e disponibilidade, as pesquisas se dirigiram à transformação do composto em pó, sem perda das propriedades. Esta fase do estudo envolveu outra pesquisadora, Maria Erbene Góes Menezes, e foi concluída em 2004, com o pedido de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Júlio da Ponte demonstra que as pesquisas tiveram também o intuito de aumentar a durabilidade do produto. "A partir do quarto dia após ser recolhida, a manipueira começa a perder as qualificações por causa da fermentação do composto", observa. Uma solução seria guardar o líquido em refrigerador, o que eleva o tempo de conservação para dois meses, mas o método se mostrou inviável para estocar grandes quantidades. Já na forma de pó, a durabilidade atinge períodos bem mais longos.
A solução aplicada na lavoura é formada apenas da substância, água e farinha de trigo, na proporção de 100g do pó para cada dez litros do defensivo natural, a fim de facilitar e aumentar o tempo de aderência nas folhas da planta. A simplicidade dos compostos agrega uma série de valores - diminui os custos, o que facilita o acesso dos produtores, favorece o controle das pragas, o que eleva a produção, que aumenta os lucros e sem causar prejuízos à saúde ou ao meio ambiente.


Mandioca Brava
Família: Euphorbiaceae.
Nome científico: Manihot utilissima Pohl. (Manihot esculenta ranz).
Nome popular: mandioca, maniva.
Propriedades: As mandiocas-bravas, devido ao elevado teor desse ácido (50ppm), são tóxicas e servem basicamente à industrialização.
Parte tóxica: raiz e folhas.
Sintomas: a ingestão causa cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e morte.
Princípio ativo: glicosídeos cianogênicos.

Fontes: À TARDE 25/04/2005 – Rural. ALBENÍSIO FONSECA Colaborador e Redação.
Rotina no Atendimento do Intoxicado – Sony de Freitas Itho.
Revist’ Aura nº 7 – Junho de 1991.
http://br.groups.yahoo.com/group/ciencialist

4.3.06

Bananinha do mato

A bananinha do mato é encontrada em todo o baixio macaubense. São árvores de pequeno porte, de 2 a 5 metros de altura, com pequena copa. Perde todas as folhas na longa estação da seca e, com as primeiras chuvas, se enchem de folhas. Ao amadurecer a bananinha passa da cor verde para amarela. A frutificação ocorre no mês de março. Os seus frutos podem ser consumidos, in natura, pelo homem, mas são os animais que consomem quase a totalidade dos frutos. As flores atraem abelhas.
Nomes populares: Bananinha do Mato, Bananinha.
Gênero: Rollinia Leptopetala R.E.Fr.-
Família: Annonaceae.
Características Morfológicas: altura de 2 a 5 metros, com pequena copa, fruto aporcápio.Ocorrência: Em Macaúbas, ocorre nas áreas de caatinga: Leite, Tamboril, Riacho Fundo, Barreirinho, Jurema etc.

Timbó

O aborígine já conhecia e entendia de plantas venenosas, as quais também eram usadas para cura. Nas festas o homem americano utilizava-se de vegetais entorpecentes que davam momentos deleitáveis e o transformavam por vezes em clarividente ou médium. Os naturais do Amazonas conheciam e ensinavam ao imigrante as aplicações de muitíssimas plantas tóxicas, na terapêutica, porquê sabia que todas as plantas venenosas são medicinais e que o efeito depende unicamente da dose em que são ministradas. O índio também faz uso de várias plantas tóxicas de ação narcotizante como os Tinguís e os Timbós, que servem para capturar os peixes por asfixia. Os caboclos brasileiros usam as espécies do grupo dos timbós, sapindáceas e leguminosas para envenenar a água dos rios e assim matar peixes. Esse tipo de pesca, apesar de predatório, permite, com pouco esforço, resultados imediatos
dos mais compensadores.

Entre 1560 e 1580, o padre José de Anchieta detalhou melhor as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas cartas ao Superior Geral da Companhia de Jesus. Anchieta relatou minuciosamente o processo da tinguijagem e o referido por ele está bem de acordo com os processos empregados no Amazonas e no Pará, para o envenenamento e entorpecimento dos peixes com as diferentes Sejanias das Sapindaceas, que são, aliás, os verdadeiros Timbós. Também Frei Vicente do Salvador conta de pescarias e explica o modo pela qual os índios matavam os peixes ou os embebedavam nas águas com a erva timbó" .

Spruce, nas suas longas e demoradas viagens ao Amazonas e Peru, depois de Humbolt e outros, relatou muito sobre essas plantas tóxicas, como a denominada Caapi que é a Banisteriopsis inebrians. Na companhia de outro naturalista, o francês Aimé Bonpland, Humboldt viajou entre 1799 e 1804 por vários países latinos (Venezuela, Cuba, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e México). Na sua jornada coletou material suficiente para escrever 30 volumes da monumental obra Voyage aux régions équinoxiales du nouveau continent, fait en 1799, 1800, 1801, 1802, 1803 et 1804. Nessa obra, descreve várias espécies de plantas brasileiras.

Fato que chamou a atenção do missionário Anchieta foi a utilização dos timbós pelos índios, especialmente da espécie Erythrina speciosa, Andr. O timbó, de acordo com o Aurélio, é uma "designação genérica para leguminosas e sapindáceas que induzem efeitos narcóticos nos peixes, e por isso são usadas para pescar. Maceradas, são lançadas na água, e logo os peixes começam a boiar, podendo facilmente ser apanhados à mão. Deixados na água, os peixes se recuperam, podendo ser comidos sem inconveniente em outra ocasião". O timbó teve seu princípio ativo isolado pela equipe do professor José Ribeiro do Valle. Antes do aparecimento do PHC e similares, o timbó era muito comercializado, até exportado em grande quantidade como inseticida, com a vantagem de que sendo capaz de degradar-se não traz conseqüências de acúmulo e deixa de ser tóxico. Muitos dos inseticidas utilizados atualmente são perigosos por não serem biodegradáveis, quer dizer, o organismo não se libera daquele tóxico e aparecem sintomas prejudiciais.

Sérgio Buarque de Holanda, em Caminhos e Fronteiras, escreve: "Se na caça e principalmente na lavoura, a técnica européia, introduzida com os primeiros colonos e posta a serviço dos métodos indígenas, teve como resultado tornar ainda mais nocivos esses métodos, dificilmente se poderá afirmar o mesmo com relação à pesca”. O emprego do pari, o recurso freqüente a ervas e cipós que entroviscam o peixe, foram certamente admitidos e de bom grado pelos primeiros, mas estes não dispunham de meios que os tornassem ainda mais nefastos. A verdade é que já no ano de 1591, os camaristas de São Paulo tentavam impedir a destruição inútil do peixe adotando uma resolução que deveria parecer radical para os costumes do tempo: proibiram terminantemente que, em todo o curso do tamanduateí, se fizessem pescarias com tingui, uma das planta ictitóxicas de que então se abusava.

Para tais resoluções teria contribuído, segundo todas as probabilidades alguma reminiscência de medidas regulamentares semelhantes que já em Portugal se opunham às pescarias feitas com materiais peçonhentos. Sobre os moradores primitivos de Piratininga
deveriam exercer, porém uma invencível sedução, esses métodos bárbaros, se não é muito exagerado àquilo que afirmou Anchieta, a saber, que o total de peixes graúdos assim obtidos, ultrapassava em muitos casos doze mil. De Portugal muitos colonos já viriam aptos a aceitar, sem relutância os rudes métodos de pescaria que encontraram praticados entre os gentios. O próprio costume de intoxicar peixes, sem prejuízo de quem os consome, não teria para eles, o sabor de uma estranha novidade. O tingui e o timbó eram simples réplicas americanas do barbasco, do travisco, da coca, da cal e de tantas outras substâncias peçonhentas de que no reino se fazia largo uso.

Fontes:
http://www.br500.futuro.usp.br/navegant/trabalhos/178/final/biologia.htm
http://www.ervasdositio.com.br/internas/historia_ervas/brasil.asp
Caminhos e fronteiras, Sérgio Buarque de Holanda, Livraria José Olímpio, pg 83;
Cientistas do Brasil, SBPC, 1998, página 248;
www.inventabrasil.net
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Nim Indiano

"Neem Tree"
(Azadirachta Indica A. Juss)
A cura natural!...Saúde!...
Planta medicinal com o extraordinário poder de curar muitas doenças importantes do corpo humano.
Defensivo agrícola excepcional para o controle das pragas na produção dos alimentos orgânicos.
A árvore Nim Indiano (em português) ou "Neem" (em inglês), de nome botânico Azadirachta Indica A. Juss, é uma planta exótica, de origem asiática, introduzida recentemente no Brasil, onde ainda é pouco conhecida.
Propriedades Medicinais
Poucas plantas apresentam tantas particularidades medicinais e farmacológicas como o "Neem".
Devido às suas propriedades bactericidas e fungicidas é usada em muitos países como eficiente remédio no tratamento de inúmeras doenças.
Propriedades Inseticidas
Inseticida e fungicida ecológico: protege as plantações das pragas e preserva o meio ambiente.
Repelente de insetos: estudos demonstram que o Nim Indiano é mais eficaz como repelente de insetos que muitos outros produtos químicos sintéticos.
Madeira
Árvore da família das meliáceas, sua madeira apresenta características semelhantes às do mogno: é de cor avermelhada, moderadamente pesada, dura e com boa resistência mecânica. Madeira repelente de insetos é usada na construção civil e para mobiliário em geral.
O nim pertence à família Meliaceae, que apresenta diversas espécies de árvores conhecidas pela madeira de grande utilidade, como o mogno, o cedro, a santa-bárbara, ou cinamomo, o cedrilho, a canjerana, a triquília, etc. É originário do Sudeste da Ásia e é cultivado em diversos países da Ásia, em todos os países da África, na Austrália, América do Sul e Central. É usado há séculos na Ásia, principalmente na Índia, como planta medicinal. Tem diversos usos, em especial anti-séptico, curativo ou vermífugo; é utilizado no preparo de sabões medicinais, cremes e pastas dentais. A árvore é usada para sombra e possui madeira de qualidade para a produção de móveis, construção, batentes e portas, caixas e caixotes, lenha, carvão,etc.Seu uso como inseticida se tornou bem conhecido nos últimos 30 anos, quando seu principal composto, a azadiractina, foi isolado. A molécula da azadiractina é muito complexa e ainda não pôde ser sintetizada; assim, todos os produtos que contêm azadiractina são produzidos por extração da planta. Os inseticidas naturais de nim são biodegradáveis, portanto não deixam resíduos tóxicos nem contaminam o ambiente.Possuem ação repelente, anti-alimentar, reguladora de crescimento e inseticida, além de acaricida, fungicida e nematicida. Por sua natureza, os extratos de nim são mundialmente aprovados para uso em cultivos orgânicos.A planta possui mais de 50 compostos terpenóides, a maioria com ação sobre os insetos. Todas as partes da planta possuem esses compostos tóxicos, porém é no fruto que se encontra a maior concentração. Esses compostos são solúveis em água e podem ser preparados de maneira simples e barata, por pequenos e médios produtores.
Azadirachta indica
Reino: Plantae
Phylum: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Meliaceae
Azadirachta indica A. Juss..
Nome comum: Idioma:
nim Português
neem Inglês
margosa Português
margosier Inglês
Descrição morfofisiológica:
Árvore de 15-20 m de altura, de casca cinza-escura e fissurada. Decidual, de copa densa, folhas compostas alternas, imparipinadas, de 10-38 cm de comprimento, com 3-8 pares de folíolos opostos ou quase opostos, lanceolados, de 3-6 cm de comprimento, acuminados, com margem serreada e base assimétrica. Flores em panículas axilares mais curtas que as folhas; pequenas, pentâmeras, de cor branca ou creme, fragrantes, com o tubo estaminal tão largo quanto as pétalas. Fruto em drupa, oblongo, de 1,2-2 cm de largura, de cor verde amarelada tornando-se púrpura, com uma semente. Floresce de fevereiro a maio e seus frutos amadurecem de junho a agosto, na área de ocorrência natural. No nordeste do Brasil, produz sementes em quantidades a partir de um ano de idade. Apresenta forte vigor de rebrota a partir das raízes. Na região de ocorrências natural da espécie, os solos podem ser ricos em matéria-orgânica, com pH alto e pouco fósforo disponível.
Dispersão:
Ornitocórica
Quirocórica
Rota de dispersão:
Uso florestal
Uso ornamental
Vetor de Dispersão:
Animal vetor
Humano
Reprodução:
Sementes
Vegetativa
Forma biológica:
Arbórea
Causa da introdução: Forma: Local: Data:
Por interesse florestal Voluntária
Para fins ornamentais Voluntária
Indústria química Voluntária
Por interesse medicinal Voluntária
Desconhecida Rondônia 2000
Uso econômico:
Plantios em fazendas para utilização do "inseticida natural" e da madeira. Tem valor para produção de inseticida das folhas e tintura medicinal veterinária e humana contra vermes, fungos, bactérias e infecções de modo geral. Produção de óleo, cobertura vegetal em áreas de cultivo como proteção contra pragas. Os frutos, sementes, óleo, folhas, casca e raízes têm os mais variados usos: antisépticos, antimicrobianos, antimalária, contra vermes intestinais e uso contraceptivo. O óleo do Nim é usado para fabricação de xampu, óleo para cabelo, tônico capilar e óleo para unhas. Do tanino da casca fabrica-se sabonete e pasta dental. A madeira é dura, relativamente pesada e usada na confecção de carretas, ferramentas, postes para cercas, casas, móveis, implementos agrícolas, lenha e carvão. Utilizada como ornamental. É espécie apícola.
Impactos ecológicos:
Transformação de ecossistemas abertos em ecossistemas fechados (de porte arbóreo), com perda de biodiversidade por sombreamento, exposição do solo e conseqüente erosão e assoreamento de cursos d'água, com impactos sobre a fauna aquática; Redução de área pastoril para animais herbívoros; Alteração do regime hídrico em ecossistemas abertos, onde substitui vegetação de pequeno porte; Supressão de outras espécies arbóreas em ambientes florestais pela ação de substâncias alelopáticas e gradativo estabelecimento de dominância.
Impacto econômico:
Tratando-se de uma espécie de difícil controle, os custos são elevados e trazem impacto negativo a propriedades rurais onde a espécie é invasora. Redução de valores cênicos para fins de ecoturismo e lazer ecológico.
Impactos sociais e culturais:
Redução de renda e viabilidade econômica no meio rural em função de custos e esforços de controle da espécie. Aumento do nível de pobreza.
Controle mecânico:
A remoção mecânica de árvores invasoras é uma tarefa que pode ser custosa e de alto impacto, devendo ser realizada com responsabilidade e pessoal treinado. O simples corte das árvores não é suficiente para eliminá-las, havendo necessidade de utilizar controle químico para ter efetividade na eliminação de plantas indesejáveis.
Controle químico:
TODO PROCESSO DE CONTROLE DEVE SER REALIZADO COM EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA E, NO CASO DE USO DE PRODUTOS QUÍMICOS, SEGUINDO A ORIENTAÇÃO DO FABRICANTE E OBSERVANDO CUIDADOS PARA EVITAR IMPACTOS AMBIENTAIS PARALELOS.
O tratamento consiste em realizar cortes sucessivos e intercalados com uma machadinha na base do tronco, com diferença de 10 cm de altura, ao redor de todo o tronco. Deve-se aplicar glifosato diluído a 2% em água a cada corte, no momento em que é feito, um a um. Quanto menor o tempo entre o corte e a aplicação do produto, maior a eficiência do resultado. Em caso de remoção das árvores para uso ou venda da madeira, o controle químico é fundamental e precisa ser realizado no momento do corte. É necessária a aplicação direta de herbicida nos tocos para evitar a geração de rebrotas, que em geral dificultam e oneram o controle posterior. Para tanto, o herbicida precisa ser aplicado imediatamente após o corte, em questão de segundos, para ter maior eficiência. O produto mais utilizado é Garlon 4, produto à base de triclopir, em concentração de 80% diluído em óleo diesel (20%). Caso não encontre Garlon, utilize Tordon a uma concentração de 7% diluído em água. Se ainda assim houver rebrotamento, as rebrotas devem ser eliminadas quando atingirem 15 a 30 cm de altura através de pulverização nas folhas, com glifosato diluído em água a 2%. A aplicação deve ser realizada com equipamento de segurança, com pulverizador de bom desempenho e precisão, sem vazamentos, e em dias sem vento para evitar impactos paralelos sobre outras espécies, solo ou água. O tratamento precisa ser repetido cada vez que as rebrotas atingirem a altura indicada. Trabalhos previamente realizados sugerem uma tendência de eliminação das plantas com quatro aplicações nas rebrotas. Dado que o tratamento é novo no Brasil, pode requerer outros ajustes e melhorias.
Controle biológico:
Na região da Caatinga, a espécie é atacada por um fungo do gênero Fusarium sp. quando sob condição de estresse. O fungo tende a ocorrer no colo da planta, debilitando-a.
Área de distribuição onde a espécie é nativa:
Ocorre naturalmente nas florestas secas do Deccan e Karnataka a do Myanmar e Sri Lanka.
Ambiente natural:
As florestas secas são de baixas estatura, biomassa, biodiversidade e incremento, com
Ambientes preferenciais para invasão:
Nas áreas onde foi introduzido, é cultivado desde o nível do mar até 1.500 m de altitude. O Nim é tolerante a maioria dos tipos de solos, incluindo secos, rochosos, rasos, arenosos e argilosos. Invasora em ecossistemas diversos, desde campos e cerrados até ecossistemas florestais e áreas degradadas, pastagens e áreas agrícolas sendo muito agressiva em áreas de Savana e de Floresta Estacional Semidecidual. Em Recife constatou-se que a espécie fica debilitada quando plantada em áreas de má drenagem, preferindo solos bem drenados.

Cultivo de orquídea

“MATINHOS”
Muitos labiateiros e purpurateiros desprezam as orquídeas menores, chamando-as de “matinhos”. Mas eles próprios e outros que nunca se interessaram por tais orquídeas, ao verem uma Capanemia superflua ou um Leptotes pauluenses, Tricocentrum albo coccineum ou tigrinum cobertos de flores ficam impressionados. Em geral elas exigem um sombreamento um pouco maior que as Cattleyas e aceitam o mesmo tratamento das demais, com a vantagem de ocupar menos espaço. O que faz deles plantas bastante procuradas ultimamente, não só devido à falta de espaço característica da cidade, mas também pelo seu aspecto bastante delicado e pouco conhecido.

CULTIVO EM APARTAMENTO
Todas as orquídeas podem ser cultivadas em apartamento, basta que se tenha espaço e iluminação suficientes. Já constatamos floração até de Vandas e Cymbidiuns em varandas de apartamentos, no centro de São Paulo, entre centenas de outras variedades, florescendo bem. Mas, se você tem pouco espaço e quer ter flores o ano inteiro, cultive plantas que floresçam em datas diferentes.

QUEM AMA CUIDA
Acostume-se a visitar suas plantas diariamente, examinando-as bem de perto, retirando folhas e bulbos velhos, ervas daninhas, flores murchas. Limpar as partes secas é importante, pois, muitas vezes, são portadoras de esporos de fungos nocivos que se espalham com a mais leve brisa ou por respingos d’água. Depois de um tempo, você notará se estão saudáveis ou não.
Ao procurar solução para os problemas de suas plantas, você estará entrando em um outro mundo, onde conviverá com belas flores, fará novas amizades, se aliviará do stress da vida diária e terá um encanto a mais em seu apartamento.

CLASSIFICAÇÃO POR HABITAT
De acordo com o lugar de origem, as orquídeas são classificadas como Epífitas, Terrestres ou Rupículas.
EPÍFITAS são a maior parte das orquídeas. Vivem grudadas em troncos de árvores, mas não são parasitas, pois realizam a fotossíntese a partir de nutrientes absorvidos pelo ar e pela chuva. Portanto, ao contrário do que se pensa, não sugam a seiva da árvore.

TERRESTRES são as que vivem como plantas comuns na terra. Mas é uma porcentagem muito pequena em relação às Epífitas. Alguns exemplares mais cultivados são Cymbidium (Cym), Phaius, Paphiopedilum, Arundina, Neobenthamia, Bletia. Apesar de plantas terrestres, aceitam muito bem o plantio em xaxim desfibrado.

RUPÍCULAS são as que vivem sobre rochas. Mas entenda que elas não vivem agarradas a uma pedra lisa, mas fixadas nos liquens e folhagens decompostas acumuladas nas fendas e partes rebaixadas da pedra. Ex: Laelia flava.

Quando se tira uma orquídea de seu habitat, seu metabolismo pode mudar na tentativa de se readaptar ao novo ambiente. Por ex., a C. nobilior de Goiás, após amadurecer seus pseudobulbos, ficam meses sem chuva. Se trouxermos uma dessas plantas para nosso orquidário e deixarmos de regá-la por este tempo, ela irá desidratar e morrer. Por quê? Porque em seu habitat, embora não chovesse por tanto tempo, ela obtinha a umidade necessária para sua sobrevivência no líquen acumulado nas cascas porosas das árvores ou por outros agentes diversos invisíveis para o leigo. Quem chega não percebe estas sutilezas e, quando pensa que está reproduzindo as mesmas condições, pode estar redondamente enganado. Isto sem contar que a própria planta, por instinto de sobrevivência, como já foi dito acima, em ambiente novo, muda seu metabolismo.
Mas, se regarmos sempre com uma água levemente adubada, a planta manterá seu vigor ou até melhorará seu aspecto vegetativo.
Um outro exemplo é a Acacallis cianea, nativa dos pântanos do Amazonas, que vive em temperatura média de 40 graus com umidade relativa saturada. Levada para outra região irá ressentir-se e ficará sujeita a ataque de pragas e moléstias, sucumbindo. Entretanto, se for cultivada num ambiente sadio e bem adubada, sua chance de sobrevivência e adaptação ao local aumentará consideravelmente. Plantas levadas para local adverso a seu habitat, recebendo a profilaxia adequada para sua adaptação, podem ser cultivadas com sucesso.

ÁGUA E UMIDADE
A umidade relativa do ar (quantidade de vapor d’água existente na atmosfera) nunca deve estar abaixo de 30%, caso contrário, as plantas se desidratarão rapidamente. Em dias quentes, a umidade relativa do ar é menor, por isso é necessário manter o ambiente úmido e molhar não apenas a planta, mas também o próprio ambiente. Num jardim, com muitas plantas e solo de terra a umidade relativa é bem maior do que numa área sem plantas com piso de cimento.

PRAGAS E DOENÇAS
Plantas bem cultivadas, isto é, com bom arejamento, boa iluminação, num local de alta umidade relativa e bem alimentada, dificilmente estão sujeitas a pragas e doenças. Falta de arejamento e de iluminação podem ocasionar o aparecimento de pulgões e cochonilhas (parece pó branco) que podem ser eliminados por catação manual ou com o uso de uma escova de dente molhada com caldo de fumo, se forem poucas plantas.
Se o número de plantas for tal que impossibilite este processo, você pode usar um inseticida adequado. Planta encharcada pelo excesso de água ou submetida a chuvas prolongadas pode ser atacada por fungos e/ou bactérias, causando manchas nas folhas e/ou apodrecimento de brotos novos. Na verdade, o encharcamento não é a causa direta do apodrecimento das raízes. O que ocorre é que os fungos ou nematóides que estavam em estado latente, ao encontrar condições favoráveis, se ativam e atacam as raízes.
No comércio existem muitos tipos de fungicidas e inseticidas, mas o manuseio requer cuidado especial, pois são tóxicos para o ser humano e para outros seres vivos. Deixamos aqui a velha receita caseira do caldo de fumo que não é nocivo e é fácil de preparar.
Ferva 100 g de fumo de rolo picado em um litro e meio de água, acrescente uma colher de chá de sabão de coco em pó e borrife as plantas infectadas. É importante ferver o fumo, pois pode ser portador do vírus do tabaco.
Pode-se também usar um spray doméstico, tipo mata moscas, baratas, etc, feito à base de água e não de querosene.

LOCAL DE CULTIVO
"A orquídea é uma das poucas plantas que vivem bem dentro de casa. Basta que esteja em locais bastante iluminados e arejados, mas longe do sol direto e das correntes de vento", ensina Julia. Oncidium, Cattleya, Dendrobium e Laelia são as famílias de orquídeas mais indicadas para quem quer começar uma coleção, pois requerem cuidados simples. "Os híbridos são muito resistentes e ainda têm chances de florescer até duas vezes ao ano".
Seu orquidário deve obedecer a critérios coerentes com seu espaço, suas plantas e o clima do lugar onde você mora.
Como construir uma estufa ou viveiro de plantas?
Se você tiver um espaço tipo corredor, é só colocar uma tela de 50% numa altura mínima de 2,5m. Mas, se você tiver um espaço aberto, pode construir uma estufa aberta ou fechada com várias bancadas. O tamanho médio de uma bancada deve ser de 1,5m de largura no máximo (para que você possa alcançar todas plantas) e o comprimento, de acordo com seu espaço. A altura da bancada deve ser de cerca de 1m, no mínimo 0,80m. Você pode fazer quantas bancadas quiser, não esquecendo do espaço para circulação.
Quanto à estrutura, a bancada pode ser de madeira, concreto ou metal, dependendo do que for mais prático e viável para você. Para apoiar os vasos, você pode usar tanto ripas de madeira ou de concreto quanto telas de aço ou de plástico resistente. Caso falte espaço, na parte de cima, se você colocar algumas hastes atravessadas, poderá pendurar também alguns vasos ou plantas em casca de madeira ou palito de xaxim, embora não seja muito aconselhável, porque os fungos ou vírus das plantas penduradas podem escorrer com a água para as plantas de baixo...
No caso de você dispor somente de uma varanda ou peitoril de uma janela, isto não é motivo para desanimar, muitas pessoas cultivam belas orquídeas nestas condições, como está explicado em Cultivo em apartamento.
Pode ser também que, em vez de telhas, sua casa seja coberta por laje. Neste caso, nada impede que seu orquidário seja feito em cima da casa, desde que você crie a umidade necessária. Por ex., você pode colocar cascalho no piso e deixá-los sempre molhados.
Não se esqueça das árvores, onde a maior parte das orquídeas se ambienta muito bem. Quem já não se encantou com a beleza de um coqueiro circundado por orquídeas em flor? Cyrtopodium, Mormodes, Catasetum, Renanthera, assim como todas as orquídeas epífitas, se prestam para isso.
Não coloque as plantas muitas aglomeradas para que haja um arejamento entre elas e para que um vaso não faça sombra para o outro.
Não deixe de etiquetar suas plantas com o nome (jamais compre uma planta sem o nome, principalmente se for híbrida), a data da compra e a pessoa de quem comprou. A data da compra é importante porque convém replantar a cada dois anos, pois é o tempo que o xaxim leva para deteriorar.

A FORMA IDEAL
Uma orquídea de boa qualidade, mas mal cultivada, ou seja, atacada por pragas e/ou doenças, sem condições adequadas de adubação, água, iluminação, pode dar flores tão medíocres que se tornam irreconhecíveis em relação ao seu potencial.
De modo geral, a orquídea deve se aproximar o mais possível de uma forma arredondada e plana, sem espaços entre seus segmentos, além de se distinguir pela cor, tamanho, textura, substância e número de flores, de acordo com sua espécie.
Uma orquídea é constituída de 3 sépalas e 3 pétalas, uma das quais formando o labelo que é, portanto, uma pétala diferenciada para ajudar na reprodução da flor.
Uma orquídea de forma ideal deve ter as 3 sépalas formando um triângulo eqüilátero, o mesmo ocorrendo com as pétalas, de forma invertida, ou seja, no vértice inferior está a 3a pétala, o labelo.
Dependendo da categoria da flor, não deve haver vãos entre as pétalas e as sépalas. Elas devem estar planas, nem encurvadas para trás nem para frente. Em outras palavras, espalmadas. O labelo deve estar ligeiramente encurvado para frente, mas não em ângulo reto com as sépalas.
Entretanto, existem espécies, como a C. araguaiense, cuja natureza é a existência inevitável de vãos entre pétalas e sépalas, pois é a característica natural delas. Já em espécies, como a C. labiata, walkeriana, nobilior e outras, existem clones em que as sépalas e pétalas são largas, espalmadas, sem vãos entre elas, arredondadas e muitas atingindo um diâmetro superior à 15cm.
A substância corresponde à rigidez ou dureza das pétalas, isto é, não são flácidas e, se você tentar dobrá-las, elas se quebram.
A textura corresponde ao brilho que se percebe nas pétalas. Elas podem ser cristalinas, aveludadas ou cerosas.

ONDE COLOCAR A PLANTA?
Iluminação é essencial. As plantas devem ficar numa varanda ou perto de uma janela, recebendo o sol da manhã e/ou tarde. Uma planta não deve fazer sombra para a outra. Se a janela for de vidros lisos, transparentes, deve receber uma cortina tipo tela que quebre o excesso de luz ou uma tela de nylon 50%, a fim de que o sol não incida diretamente sobre a planta e queime as folhas.

ALGUNS CUIDADOS AO ADQUIRIR UMA PLANTA
Quando você comprar uma orquídea, já plantada há um certo tempo, muitas vezes coberto de musgo, pode estar levando para casa, como brinde, as seguintes dores de cabeça:
Lesmas, caracóis, tatuzinhos;
Nematóides; Cochonilhas em raízes, folhas e pseudobulbos;
Fungos e/ou bactérias.
Os cuidados abaixo poderão livrar você desses hóspedes indesejáveis.
Se puder desenvasar, lesmas, caracóis e tatuzinhos podem ser eliminados por catação manual, não esquecendo os ovos, caso existam. Ovos de lesmas são esferas transparentes que chegam a atingir 3 mm de diâmetro.
Se o desenvasamento for difícil, um outro meio é imergir o vaso, por cerca de duas horas, num recipiente com água suficiente para atingir a borda do vaso. Como os bichos terão que subir para respirar, poderão facilmente ser eliminados.
Atenção para não encostar o fundo do vaso no fundo do recipiente, pois, muitas vezes, assim como o furo do fundo do vaso é o caminho de entrada, é também o caminho de saída dos bichos. Como podem ainda existir ovos, é preciso repetir o processo algumas vezes a cada semana.
As cochonilhas podem se hospedar nas raízes, sugando-lhes a seiva, ou no verso das folhas ou ficarem escondidas entre as palhas secas que cobrem o pseudobulbo. Parece um pó branco, mas, na verdade, são bichinhos de alguns milímetros que vão sugando a seiva da planta, deixando a região toda amarelada. Se não for combatida a tempo, esta parte da planta estará perdida.
Detectado o problema, faça uma limpeza manual, retire as partes secas e faça uma desinfecção, como está explicado no final do capítulo.
Nematóides causam estragos que, a curto ou longo prazo, levam a planta à morte. A reação contra os nematóides varia de planta para planta. Ela pode até não morrer, se as condições lhe forem favoráveis, mas ficará raquítica e não dará flores.
Segundo os especialistas, existem cerca de 5.000 espécies de nematóides parasitos de plantas. O mais comum em orquídeas tem aspecto de lombriga, cor branca e tamanho da ordem de décimos de mm e, quando colocados sobre uma lâmina de um microscópio de baixo aumento com uma gota d’água, serpenteiam, como minhocas. Outros têm anéis e se movem se esticando e se encolhendo, como lagartas.
Eles atacam qualquer parte da planta, mas, em geral, iniciam seu ataque pelas raízes que começam a apodrecer.
Se as condições forem favoráveis para os nematóides (muita umidade), todas as raízes irão apodrecer em curto espaço de tempo. Do contrário, têm a capacidade de entrar em dormência por meses ou até anos.
Esta podridão é distinguível da podridão negra (causada pelo fungo Pythium), porque o ataque do nematóide pára quando atinge o cerne duro, enquanto que o Pythium avança pelo rizoma até o pseudobulbo em questão de dias. Mais ainda, o broto atacado por nematóide fica mole e aquoso, enquanto que o atacado pelo fungo Pythium não perde a consistência.
Se você notar mancha negra ou marrom, começando em geral pelo rizoma ou pseudobulbo, é podridão negra. Corte imediatamente a parte afetada e tente salvar o resto.
Uma nematóide fêmea, parasita de plantas, tem uma postura de cerca de 2.000 ovos, de modo que a proliferação é intensa. Através de respingos de água, eles se espalham pela vizinhança. Se atingem um broto, este apodrece. Não é incomum o cálice entre as folhas tenras superiores de uma Vanda apodrecerem infectados por nematóides.
É importante não esquecer jamais de desinfetar o instrumento cortante. O meio mais prático é flambear com uma chama que pode ser até de um isqueiro. Para ter certeza de que a chama atingiu 100 graus centígrados, o instrumento deve chiar ao ser imerso na água. Um outro meio prático de flambear é adquirir um maçarico portátil com magiclick que é vendido em lojas de ferragens. Há vírus que suportam temperatura de 92 graus durante vários minutos.
Voltando aos nematóides, se uma raiz tiver uma parte escura e outra branca, os nematóides podem estar ativados neste ponto de transição. Espremendo este ponto e examinando num microscópio de baixo aumento pode-se detectar nematóides no caldo.
Uma outra maneira bem mais prática é fazer uma desinfecção preventiva da seguinte maneira: Em 1 litro de água, com pH entre 5 e 6, dilua um inseticida nematicida de amplo espectro com qualquer fungicida e borrife toda a planta, jorrando no substrato até escorrer pelo fundo. Este processo elimina caramujo, caracol, tatuzinho, nematóide, cochonilha de raízes, alguns fungos, como a Rhyzoctonia Solani que também é responsável pela podridão das raízes (quando a podridão avança pelo rizoma a causa é este fungo e não nematóide).

Observação: pH é o grau de alcalinidade ou acidez da água. O melhor é ter uma água com um grau de acidez menor que 7. Há defensivos agrícolas que, se diluídos em água de torneira, têm a vida média de 10 minutos, enquanto que, se forem diluídos em água com pH entre 5 e 6, permanecem ativos durante 30 horas. Por isso é importante saber qual o pH de sua água. Mais abaixo mostramos como chegar ao pH ideal.
Nunca use agrotóxico em temperatura acima de 25 graus, sob pena de perder suas plantas. Dê preferência a temperaturas abaixo de 20 graus.
Cuidado com agrotóxicos com grau de toxidez 1, também identificado com uma tarja vermelha no rótulo, pois são produtos de alta toxidez para nós e outros seres vivos. Atualmente está sendo lançado na praça um óleo extraído da semente de uma árvore chamada Nim que tem a vantagem de ser um produto biológico pouco tóxico. Quem tiver acesso a esta árvore, pode usar 15g de suas folhas, batidas num liquidificador com 1 litro de água e usar como:
a) inseticida contra as principais pragas de orquídeas, como pulgões, cochonilhas, nematóides, ácaros, trips, lagartos, besouros;
b) como fungicida, na rhizoctonia solani (podridão das raízes), fusarium oxysporum (debilidade geral da planta, amarelecimento, podridão das raízes), sclerotium rolfsii (podridão negra);
c) bactericida.
Nas soluções de agrotóxicos, o pH da água deve estar em torno de 5 a 6. Para conseguir a máxima eficiência dos produtos utilizados, deve-se acrescentar um espalhante adesivo, facilmente encontrável em casas de produtos agrícolas. Quem usar água de rua, pode acrescentar de 8 a 10 gotas de vinagre por litro e o pH irá se reduzir entre 5 a 6. Nas casas de produtos agrícolas, existe uma substância própria (em geral em embalagem de 1 litro) cuja finalidade é controlar o pH da água. Quimicamente, é fosfato de cálcio (super fosfato).
Ca2 (H2 PO4)2. H2 O, de modo que também é um adubo. Água da chuva ou de poço, em geral, tem pH entre 5 e 6.
Em plantas muito detonadas por fungos (manchas, pintas, etc), faça um coquetel, usando o dobro da dosagem indicada na bula. Em uma semana ou até antes, conforme a gravidade da doença, aplique um outro coquetel com produtos diferentes e assim por diante. Se, com tudo isso, surgir uma nova folha com os mesmos sintomas, esteja atento para uma possível virose.

Uma curiosidade sobre as orquídeas diz respeito às suas sementes, que se desenvolvem dentro de uma cápsula. Ao amadurecer, a cápsula se abre e as sementes se espalham, na procura de condições ideais de germinação. Calcula-se que, em média, uma flor polinizada de uma Cattleya (e este gênero é muito numeroso no Brasil) vá produzir uma cápsula com cerca de 800.000 sementes. Vamos supor que, TODAS essas sementes encontrassem suas condições ideais de germinação e daí surgissem mais 800.000 plantas. Em seis a oito anos todas elas chegariam ao seu estágio adulto e produziria, cada uma, uma flor polinizada com mais 800.000 sementes. Então, teríamos: 800.000 plantas, multiplicadas por 800.000 sementes. Deixo para quem estiver com paciência para fazer os cálculos. E vamos supor, agora, que cada uma dessas 800.000 x 800.000 sementes encontrasse condições ideais e germinasse... E que, depois de mais um período de mais 6 a 8 anos, toda essa imensidão de novas plantas produzissem mais, cada uma, 800.000 sementes, que encontrariam condições ideais de germinação. Sem contar que, nesse meio tempo, a cada ano, todas as plantas anteriores estariam produzindo e germinando 800.000 novas mudas... Em três gerações de orquídeas, a face da terra estaria totalmente tomada por elas. Estima-se que, em cada flor polinizada, na média de todas as espécies, apenas umas três sementes cheguem a dar origem a uma planta adulta. A natureza é sábia e sabe o que faz. Isto é o equilíbrio natural entre as espécies. Em laboratório, entretanto, podemos fazer germinar quantas plantas quisermos (para satisfação dos cultivadores).

A orquídea é uma flor que gosta de luz, mas o sol direto pode amarelar as folhas.
Elas não resistem a rajadas de vento e devem ser regadas apenas duas vezes por semana.
A água vaza logo, mas a raiz permanece úmida.
Exige arejamento e claridade. Regue-a a cada dez dias. Adube a terra uma vez por mês.

Fonte: http://www.ldforquideas.hpg.ig.com.br/Dicas.htm
Casa e Jardim de 13/03/2004.
José Francisco Vannucchi por e-mail ao Grupo TSP.
Apanhado de Informações via net.

3.3.06

Flamboiant

Nome Científico: Delonix Regia
Família: Caesalpinieae
Nomes Vulgares: Flamboyant
Descrição:
De maneira nenhuma um Flamboiant em flor pode passar desapercebido. Aquelas enormes copas, geralmente sem folhas, cheias de cachos de grandes flores vermelhas impressionam mesmo os mais desatentos observadores. Também são belíssimas na cor laranja. Leguminosa da Caatinga da Bahia com potencial forrageiro.
Origem e ocorrência: África, Madagascar.
Porte: Por volta de 15 m de altura.
Flores: Inflorescência em cachos com flores vermelhas que se formam durante a Primavera e Verão.
Características: Árvore de copa larga, sombra rala e folhas semidecíduas (floresce com a planta parcialmente em folhas). Prefere clima tropical e solo bem drenado. As flores são muito vistosas em vermelho-alaranjado característico. É indicada para plantio como espécie isolada em ampla área, onde possa dominar a paisagem. Não deve ser cultivada em ruas estreitas ou sob fiação elétrica. As sementes reproduzem-se facilmente e seu desenvolvimento é relativamente rápido, desde que em clima quente.
Propriedades Medicinais:
Sem uso na medicina comercial.
Cultivo: em jardins muito amplos
Solo: não é muito exigente
Clima: quente e úmido
Luminosidade: sol pleno
Irrigação: freqüente
Dificuldade de cultivo: fácil
Adubação: use anualmente NPK rico em P.
Curiosidade: esta árvore é uma das mais ornamentais que existe, pois se trata de uma planta de grande porte, com floração vistosa e formas muito peculiares, mas possui copa grande e raízes agressivas.
Fontes: Professor Luciano Paganucci de Queiroz.
Site Casa e Cia.
Revista Paisagismo e Jardinagem.
Tradição Afro-brasileira.
Reportagem de Gunther Buchheister.